Bispos

DOM LUIZ GONZAGA DA CUNHA MARELIM

Bispado: 1941 – 1981

Primeiro bispo da Diocese de Caxias, tendo sido nomeado em 19/07/1941, aos 37 anos de idade. Natural de Salvador (BA), Dom Marelim, antes de ser bispo, era reitor do Seminário Santo Antônio, em São Luis (MA). Em 1966 – ano em que comemorou suas bodas de prata -, recebeu da Câmara Municipal o título de cidadão caxiense. Em 25/12/1980, renunciou à Diocese de Caxias, sendo nomeado, pelo Papa, Administrador Apostólico até a chegada de seu sucessor (que ocorreu em 25/03/1981). Bispo Marelim faleceu no dia 21/12/1991, em sua cidade natal, tendo o seu corpo sido transferido para Caxias onde foi velado e sepultado na Catedral de Nossa Senhora dos Remédios. Até hoje é o clérigo mais jovem a ser nomeado bispo em Caxias. E, possivelmente, ocupe, até os dias de hoje, o segundo lugar do bispo mais jovem a ser ordenado no Brasil, perdendo apenas para Dom Carlos Duarte Costa, que fora ordenado aos 35 anos.


DOM JORGE TOBIAS DE FREITAS

Bispado: 1981 – 1986

Natural de Palmeira dos Índios (AL), Dom Jorge fora nomeado bispo de Caxias, em 25/03/1981, aos 45 anos de idade. A sua posse na princesa do sertão ocorreu em 14/07/1981. Permaneceu no governo da Diocese até a posse do 3º bispo, aos 06/02/1988. Atualmente, aos 85 anos de idade, é bispo emérito do município de Nazaré da Mata, no estado de Pernambuco.  


DOM LUÍS D’ANDREA

Bispado: 1987 – 2010

Dom Luís D”Andrea era italiano, natural de Albano. Em sua congregação religiosa, atuou como formador e pároco. Era especialista em Teologia Pastoral Latino-americana e em parapsicologia. Fora nomeado bispo de Caxias, em 04/11/1987, aos 53 anos de idade. Sua posse na Diocese ocorreu em 06/02/1988. Durante seu episcopado, acompanhou a Catequese e a Pastoral Familiar no Regional Nordeste 5 da CNBB. Como estabelecido, em 2010, após completar 75 anos de idade (idade estabelecida para renúncia do cargo), Dom Luis pediu a renúncia. Nos últimos anos, vivia no Convento dos Franciscanos Conventuais, em Fortaleza (CE). Faleceu em 08/07/2010, sendo sepultado em sua cidade natal.


DOM VILSON BASSO

Bispado: 2010 – 2017

Natural de Tuparendi (RS), em março de 2010, aos 50 anos de idade, fora nomeado bispo da Diocese de Caxias, recebendo a ordenação episcopal no dia 30 de maio daquele mesmo ano. Fora empossado em 19/06/2010. Foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, durante a 53ª Assembleia-Geral daquela Conferência, recebendo 171 dos votos do total de 273 votantes, alcançando assim a maioria absoluta de 138 votos requerida para o cargo. No dia 19 de abril de 2017, foi nomeado bispo da Diocese de Imperatriz, no Maranhão, transferido da Diocese de Caxias pelo Papa Francisco.


DOM SEBASTIÃO LIMA DUARTE

Bispado: 2017 – Atualmente

Natural de Carutapera (MA), Dom Sebastião fora nomeado bispo da Diocese de Caxias, em 20/12/2017, aos 53 anos de idade. Cursou filosofia e teologia no Centro Teológico do Maranhão, hoje, Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA). Em Roma, na Itália, cursou teologia e ciências patrísticas no Instituto Patrístico Augustinianum. Ordenado padre no dia 30 de novembro de 1991, mons. Sebastião foi pároco da paróquia Santo Antônio (catedral), Diocese de Zé Doca. No mesmo ano, foi diácono de Sua Santidade, proclamou o Evangelho na missa presida por São João Paulo II por ocasião de sua visita ao Maranhão;

Foi coordenador de pastoral e administrador diocesano; coordenador diocesano de liturgia; membro do Colégio de Consultores; professor de História da Igreja Antiga e Patrística no IESMA. Foi nomeado bispo diocesano de Viana em julho de 2010. Em 2019, foi padre sinodal do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia. De 2017 a junho de 2023, presidiu a Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração, da CNBB. Atualmente, é Vice-presidente do Regional NE 5 da CNBB e bispo referencial do Laicato, das CEBs e da Liturgia.


Fontes de pesquisa: Livro Caxias, 50 Anos de Diocese (1939 – 1989)/Autor: Pe. José Mendes Filho; Site Diocese de Caxias do Maranhão; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Wikipédia; Informações fornecidas por Dom Sebastião Lima Duarte

Imagens da publicação: Acervo do autor; Google Imagens

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Nachor Carvalho

Nachor de Araújo Carvalho nasceu em Caxias, no dia 15/04/1893, filho do segundo casamento de José Firmino Lopes de Carvalho com Raimunda Ribeiro Carvalho. Vindo de uma família extensa, era irmão de: João Batista de Moura, Joel Carvalho, Oziel Carvalho, Azor Carvalho Serejo, Jozias Carvalho, Agar de Carvalho Serejo, Constância de Carvalho Kós, Ester de Carvalho Kós, Nadia de Carvalho Chaves, Judith Carvalho, Amélia Carvalho, Angélica Carvalho e Julia Carvalho.

Ainda na juventude, iniciou a vida de trabalho como mecânico. Posteriormente, passou a ser balconista da Loja Paulista, localizada na Praça de Gonçalves Dias; sendo designado pela firma para gerir a sua filial de Floriano, no Piauí, após casar-se com d. Olinda Castelo Branco de Almeida (mais conhecida como d. Lindoca). Como gerente da loja piauiense, a sua digníssima esposa passou a auxiliá-lo como caixa. Por motivos de ordem econômica, Nachor volta à Caxias, onde passa a trabalhar na firma Almir Cruz & Cia.

Nachor, em fotografia da década de 1930.

Com algumas economias que tinha começou a investir, por conta própria, na compra e venda de babaçu. Posteriormente, montou uma sociedade junto a Manoel Teixeira Lima. Com o sucesso obtido, juntou-se a José Manoel de Araújo e José Ferreira Guimarães Junior, firmando-se como representante comercial. Não demorou muito para que o jovem empresário viesse a fundar a sua própria firma a Araújo Carvalho & Cia, tornando-se um dos homens mais ricos de Caxias. Era também acionista da CIA de fiação e tecidos União Caxiense S/A, chegando a ser um de seus diretores. Quando da inauguração do Banco de Caxias – estabelecimento de créditos para indústria, lavoura e comércio -, em 1936, foi o seu primeiro Presidente.

Nachor era um grande amante das artes e das novidades. Sendo um dos primeiros caxienses a ter um carro, e o primeiro a ter um rádio. Muitos cidadãos dirigiam-se a seu bangalô, à Rua Afonso Pena, com intuito de ouvir as partidas da Copa do Mundo. Segundo o pesquisador Eziquio Neto, o empresário também era apaixonado por futebol e carnaval. No mundo futebolístico, era membro do clube “Maranhense Sport Club”. E no mundo dos confetes e serpentinas, era um grande incentivador de diversos blocos brincantes, sendo chefe do grupo “Queima com Água”.

Contudo, sua maior contribuição para sua cidade natal ocorreu em 1929, quando levou a luz elétrica para as ruas de Caxias. Através de sua Usina Dias Carneiro – primeira usina geradora de energia da cidade -, Caxias pôde sair da breu noturno. Alguns anos depois, em 1934, fora um dos membros fundadores do Cassino Caxiense.

Internado no Hospital Português, em São Luis, Nachor Carvalho faleceu no dia 22/07/1962, aos 69 anos de idade. Em sua homenagem fora dado o seu nome ao terminal rodoviário de Caxias.


Fontes de pesquisa: Jornal Nossa Terra; Jornal do Commércio; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto.

Imagens da publicação: Acervo do IHGC

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

A triste história da mãe e de uma das irmãs de Gonçalves Dias

Antônio Gonçalves Dias, o maior poeta caxiense, faleceu no dia 03/11/1864, no naufrágio do navio Ville Bologna. À época, sua mãe, d. Vicência Mendes Ferreira, não morava com o poeta, e sim com os filhos que tivera com outro esposo, eram eles: Maria Magdalena da Silva (a mais velha), Carlota, Raimunda e Sebastião Correia de Araújo; residindo no antigo Beco das Violas (Também conhecido como Rua das Tabocas. Atualmente chama-se: Rua Teófilo Dias), em Caxias. A situação da família não era nada fácil, necessitando do mínimo para subsistência.

De acordo com o historiador Arthur Almada Lima Filho, em seu livro “Efemérides Caxienses”, d. Vicência, mulher mestiça de origem indígena, foi concubina e funcionária do pai de Gonçalves Dias, o português João Manuel Gonçalves Dias (negociante abastado). Com os pais biológicos, residindo em um sobrado à Rua do Cisco (Atual Fause Simão), Gonçalves Dias passou os primeiros anos de sua infância. No endereço também funcionava a casa comercial do patriarca.


Sobrado da Rua do Cisco (Atual Rua Fause Simão; mais conhecida como Benedito Leite). Demolido na década de 1970. Imagem da década de 1950.

Em 1829, logo que se casou legalmente com d. Adelaide Ramos D’Almeida, pertencente a uma ilustre família de São Luis, o patriarca fez questão de trazer o pequeno Gonçalves Dias (que tinha por volta de seis anos de idade), para a sua companhia e da madrasta. Manuel e Adelaide tiveram mais quatro filhos: João Manoel, José Gonçalves, Domingos Gonçalves e Joana Gonçalves Dias (mãe do advogado e poeta Teófilo Dias).

O casal continuou a morar no imóvel à Rua do Cisco, enquanto D. Vicência teve que procurar uma nova residência (é quando passa a morar na atual Rua Teófilo Dias). Informações de pesquisadores dão conta de que ‘seu’ Manuel proibiu o filho de visitar a sua verdadeira mãe, a qual reencontraria somente quinze anos depois. Após o falecimento do pai, em 1837, o jovem passou a ser criado por d. Adelaide Dias (falecida em 02/03/1877, em Caxias).


Residência de d. Vicência à Rua das Tabocas (Atual Teófilo Dias). Após o falecimento da matriarca, a filha, Maria Magdalena, continuou residindo nessa casa. Anos depois, o imóvel fora demolido. Imagem: Registro feito pelo IPHAN, provavelmente, da década de 1940.

Desde a morte de Gonçalves Dias, autoridades, sabendo das condições de d. Vicência, passaram a enviar mesadas para ajudar em suas despesas; o cidadão Antônio Henriques Leal fora um desses benfeitores. Vale lembrar que, no dia 24/03/1866, pouco mais de dois anos após a morte do filho, d. Vicência, herdeira de Gonçalves Dias – talvez por falta de instrução ou por pressão exterior -, cedeu, “de forma gratuita, plena e inteira”, os direitos de propriedade das obras inéditas e impressas do poeta à viúva do filho, Olympia Gonçalves Dias.

Olympia Gonçalves Dias.

Segundo o IMS: “Olympia, filha do doutor Cláudio Luis da Costa, fundador do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, casou-se com Gonçalves Dias em 1852, quando o poeta amargava a recusa de seu pedido de casamento feito à mãe da jovem Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem nutriu uma grande paixão. A união de Olympia e Gonçalves Dias durou quatro anos infelizes, e dele nasceu uma filha, Joana, que morreu antes de completar dois anos”.

A mãe biológica do poeta faleceu aos 81 anos, em 1879; sendo, no dia 15 de novembro, sepultada no cemitério de N. S. dos Remédios, em uma cerimônia que reuniu diversas autoridades e populares caxienses. Nos últimos anos de sua vida, a matriarca passou a viver de uma pensão concedida pelo Dr. Augusto Olympio Gomes de Castro, autoridade que também financiou o seu funeral.

Após a morte da mãe, Maria Magdalena da Silva, uma das irmãs de Gonçalves Dias pelo lado materno, continuou residindo no imóvel da família: uma casa simples de meia morada, com duas janelas em direção à rua (imagem acima). Em 1884, ao fazer uma visita à Caxias para a instalação da rede telegráfica, o engenheiro Guilherme Schüch (o Barão de Capanema) desejou conhecer a família do renomado poeta caxiense. Ao se dirigir a Rua das Tabocas, ficou espantado com a crítica situação financeira em que vivia a irmã de uma importante figura nacional. Na ocasião, deixou com Maria uma significativa ajuda financeira.

Comunicado, publicado no jornal Diário do Maranhão, em 1886, informando sobre o montante arrecadado em favor de Maria Magdalena.

Nesse mesmo período, a situação de penúria vivida por Maria estampou as páginas do jornal Echo Liberal, de Caxias. Tão logo a notícia fora espalhada, alguns cidadãos da capital do estado tomaram ciência da situação. Assim, determinados cavalheiros promoveram uma subscrição em favor da irmã de Gonçalves Dias, obtendo uma quantia perto de 200 mil réis. O montante garantiu a subsistência de Maria pelo período de um ano. Ao mesmo tempo, promoveram no Rio de Janeiro uma subscrição para o mesmo fim. Contudo, a ação não logrou êxito, tendo em vista que alguns cidadãos levantaram dúvidas se Gonçalves Dias teria, realmente, uma irmã.

No ano de 1886, diante das alegações de que Gonçalves Dias só tinha uma irmã, e esta se chamava Joana Gonçalves Dias, uma comissão (formada por: José do Rego Medeiros, Antônio de Sousa Coutinho e Francisco dos Reis Aguiar) soltou uma nota no jornal Pacotilha atestando que o poeta tinha mais irmãos pelo lado materno. Dizendo em certa altura da publicação: “Ora, se os filhos da madrasta do poeta são considerados irmãos, não vemos razão nenhuma para que o não sejam igualmente os filhos de sua própria mãe”.

Em 1886, conforme nota publicada no jornal Pacotilha (MA), dos quatro filhos de Vicência, só estava viva a filha mais velha, Maria Magdalena.

Em 1887, o jornal Gazeta noticiava que a irmã do poeta, impedida de trabalhar por conta da idade (já sexagenária), andava, de porta em porta, pedindo esmola nos lares de Caxias. A última notícia que se tem de Maria Magdalena data do ano de 1891, quando o Conselho da Intendência Municipal de Caxias mandou ser concedido mensalmente um auxílio de 10$ em seu favor. A casa da antiga Rua das Tabocas ainda ficou de pé por alguns anos; o IPHAN, por volta da década de 1940, chegou a fotografá-la. Tempos depois, o imóvel fora demolido. Atualmente, quem passa por aquele logradouro nem imagina que, um dia, ali habitou a mãe e irmãos do filho mais ilustre de Caxias. Dona Vicência, não fora homenageada nem como nome da via que, atualmente, leva o nome do sobrinho de Gonçalves Dias, o também poeta, Teófilo Dias.


Fontes de pesquisa: Jornal Pacotilha; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Jornal O Paiz; Depoimento de Daniel Lemos; Jornal A Luta Democrática; Anais da Biblioteca Nacional (RJ); Correio IMS; Jornal do Comércio (RJ); Jornal Gazeta; Diário do Maranhão.

Imagens da publicação: Ac. do IPHAN; Internet; Ac. IMS; Jornal Diário do Maranhão

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto