No dia 28 de julho – como parte das comemorações do bicentenário de Gonçalves Dias, bem como da Independência de Caxias do domínio Português -, fora realizada a segunda edição do projeto “Serenata como Antigamente” (Idealizado e organizado por Ludce Machado), onde renomados músicos caxienses, juntos à população, percorrem algumas ruas do centro histórico de Caxias, cantando sucessos do passado. O trajeto tem início no Mirante da Balaiada e finaliza-se à praça Gonçalves Dias.
O conjuntoé formado por: Marechal (vocal); Adelmo José (vocal); Mira (vocal); Chiquinho do Violão (vocal); Joãozinho do Pagode (vocal); Gilvan Lins (vocal e violão); Chico Beleza (vocal); Giovane (saxofone); Marcelo (trompete); Marinheiro (violão); Norberto (violão); Edmar (violão); Luizinho (violão); Nena (sanfona); Venâncio (técnico de som).
Na oportunidade, registrei algumas imagens do evento, as quais agora disponibilizo. Assista, abaixo:
Quase um ano após o grito de D. Pedro I às margens do Ipiranga, é que Caxias passaria, enfim, a integrar o Brasil independente. Às 10:30h, daquele 01 de Agosto de 1823, os caxienses puderam ver hasteado no Morro das Tabocas (atual Morro do Alecrim) o lábaro verde e amarelo do Império do Brasil. Caxias foi a penúltima cidade* brasileira a tornar-se Independente.
*Em 1823, Caxias ainda era denominada “Vila”, haja vista que só em 1836 é que fora elevada à categoria de Cidade.
Naquele dia, as forças independentes, formadas por brasileiros das Províncias do Ceará e Piauí, adentraram de forma triunfante em Caxias. Do outro lado, tendo à frente o comandante Luís Manuel de Mesquita, as tropas portuguesas depuseram as armas, desceram do morro para o campo de São José, onde, em forma, entregaram-se aos vencedores e procedeu-se a prisão do major Fidié, que havia sido enviado para combater os revoltosos independentes. Com a batalha já perdida, o militar não esboçou qualquer resistência, sendo levado para cidade de Oeiras (PI). Ato contínuo, o quartel do Morro das Tabocas foi ocupado pelas forças do capitão João da Costa Alecrim (que viria dar nome ao morro).
Contudo, a adesão, oficialmente falando, só ocorreu ao dia 07 de agosto, quando, na Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, realizou-se, em missa solene, o ato de proclamação da Independência e aclamação de Dom Pedro I, Imperador Constitucional e Perpétuo Defensor do Brasil. Na solenidade, achavam-se reunidos: a Câmara (eleita no dia anterior), o Clero, a nobreza e o povo; convocados pela Junta da Delegação Expedicionária do Ceará e Piauí.
O Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) detém a custódia do livro em que foi lavrada a Ata de Independência, que está digitalizada, à disposição dos estudiosos.
Portanto, na data de hoje, 01 de Agosto de 2023, comemoram-se 200 anos da Independência de Caxias do domínio Português.
"Importante destacar que Caxias NÃO aderiu à Independência. O termo 'aderir' remete à ideia de consentir por convicção, de querer juntar-se, amigavelmente, a algo ou alguém. Caxias lutou ferrenhamente, no sentido prático, para manter-se sob o jugo de Portugal, porém, perdeu a batalha e foi obrigada a entregar-se" (Fonte: IHGC)
Para finalizar, devemos sanar uma antiga dúvida. Muitos caxienses ainda confundem a data de 01 de Agosto como sendo o dia do aniversário de Caxias, que é comemorado, na verdade, em 05 de Julho. Para explicar o motivo da confusão, apresento este pequeno trecho em vídeo, de 1990, do historiador Abreu Sobrinho (in memoriam):
Fontes de pesquisa: Livro “Efemérides Caxienses”/Autor: Arthur Almada Lima; Livro “Por Ruas e Becos de Caxias”/Autor: Eziquio Barros Neto; Instagram do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC)
Imagens da publicação: Wikipédia; Acervo do Autor; TV Pioneira