Bar do Cantarelle, mais de 30 anos de tradição

Cantarelle, em fotografia de 2018. Foto: Brunno G. Couto

Filho de André de Sousa Neto e Maria de Moura de Araújo, Edvá Moura de Araújo nasceu em 15 de dezembro de 1956, em Santa Cruz do Piauí. Veio para Caxias, em 1967, aos dez anos de idade. Na cidade deu continuidade aos seus estudos, frequentando os colégios Odolfo Medeiros, Duque de Caxias e São José.

Começou a trabalhar logo após a a conclusão do 2º Grau. Foi chefe dos setores comerciais no Posto Santa Marta, do Grupo Constantino Castro e no Armazém Paraíba. Torcedor fanático do Clube de Regatas do Flamengo, é na década de 1970 que o jovem Edvá recebe o apelido de Cantareli, em homenagem ao goleiro rubro-negro Antônio Luís Cantareli.

Fachada do Bar do Cantarelle. Foto: Julieth Cristina.

Na década de 1980, Cantarelle (ou “Canta”) resolve trabalhar por conta própria, estabelecendo o seu bar, no ano de 1986, em um imóvel no centro da cidade. Datado do início do século XX, nesse imóvel funcionou diferentes estabelecimentos comerciais, como o Frigorífico São Raimundo, de Raimundo Severo Magalhães, na década de 1970.

Funcionando ao lado da Igreja de São Benedito, o “Bar do Cantarelle” logo começou a formar a sua freguesia. Lugar de encontro da boemia caxiense, em pouco tempo o bar já tinha os seus habitués: escritores, professores, músicos, políticos, empresários etc.; bem como aqueles que apenas queriam beber uma bebida gelada.

Cantarelle junto a fregueses, no final da década de 1980 (provavelmente). Imagem: Acervo Bar do Cantarelle.

No início da década de 2000, Cantarelle inovou instalando em seu bar uma antena de TV a cabo. Àquela época, devido ao alto valor, poucas pessoas tinham SKY ou DirecTV em suas casas, e como muitos dos jogos do mengão eram transmitidos, apenas, em canais fechados, Canta foi certeiro em sua decisão, haja vista o aumento no número de clientes em seu estabelecimento.

Alguns artistas, quando de passagem por Caxias, também marcaram presença no bar, um deles foi o rei do brega Reginaldo Rossi. Mais recentemente, em 2017, quem também deu uma passada por lá foi o humorista piauiense João Cláudio Moreno. Muitos escritores da cidade, como Wybson Carvalho e Libânio da Costa Lôbo (in memoriam) realizaram lançamentos e sessões de autógrafos no estabelecimento.

Cantarelle e João Cláudio Moreno, no ano de 2017. Foto: Brunno G. Couto

Em tempos de festejo de São Benedito, são os fregueses do Cantarelle, que, em sua maioria, arrematam os itens do tradicional leilão. Anualmente, também acontece o “Cantafolia”, bloco do bar que já virou tradição em Caxias. No início, a comemoração carnavalesca restringia-se apenas às instalações do bar, e os foliões eram apenas os fregueses mais assíduos. Com o tempo, o “mela-mela” (apelido recebido em decorrência do festival de Maizena) foi se expandindo e, atualmente, conta com apresentações de bandas da cidade, e foliões de todas as idades

Cantafolia 2019. Foto: Brunno G. Couto

Com mais de trinta anos em atividade, o bar do Cantarelle faz parte da história caxiense. Onde, semanalmente, passam por ali as mais diversas figuras da princesa do sertão, sempre com o pedido, “Canta, desce mais uma!”, na ponta da língua.

Clássico mural fotográfico que adorna o estabelecimento. Foto: Brunno G. Couto

Figuras carimbadas: Murilo “Boemia”, Odack, Bolha, Wybson Carvalho, Nonato Ressureição, “Hilter “do violão”, etc.

Onde o bar está localizado? Na esquina da Rua Padre Gerosa, no centro de Caxias. Ao lado da Igreja de São Benedito.


Fontes de pesquisa: Livro Cartografias Invisíveis/Ano: 2015; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto/Ano: 2020; Site Repasse Informativo.

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