O Banco do Brasil começou a operar em Caxias, no ano de 1940, com sua agência situada no Edifício Isany, próximo a livraria Graúna. Alguns anos depois, foi transferido para o prédio da R. 1 de Agosto, ao lado da Igreja Matriz (onde, atualmente, funciona o Magazine Luiza).
Na início da década de 1970, devido a necessidade de ampliação das instalações, passou a funcionar em prédio próprio, na R. Joaquim Benedito da Silva, onde até hoje está situado.
Antes de sua construção, o terreno onde fora instalado servia como espaço para os eventos que o Armazém Paraíba realizava. Ali, por exemplo, apresentou-se, na década de 1960, a cantora Ângela Maria. Também era utilizado pela garotada como campo de futebol.
A foto abaixo, mostra todos os funcionários do banco, em frente ao prédio recém inaugurado:
Na fila de trás: Eduardo Kelson (de óculos, o primeiro à esquerda); Ozias Neri; Osvaldo Carvalho Couto (chefe de tesouraria); Ludgero Simeão; o Moura; Maria das Graças Nunes Rocha; Filomena Maria Couto; Éder Penha Alves; Evandro; Maurício Barroso do Vale (“Popica”); José Luís Borges Formiga (gerente) e outros cinco que não foram identificados.
Na fila do meio: Marcus Pierre de Resende Rego; Ronaldo Ferro; Rosângela; Glorinha Sousa; Elza; José Nílton (de gravata); José Maria Barbosa; Lauro Castelo Branco; Walburg Ribeiro Gonçalves Filho (subgerente); inspetor que chegara à época (o senhor de gravata); Renato Berger; Chico (do cadastro); o Lourival (também de gravata, chefe do Crédito Rural); José Ângelo Couto Filho (o popular “Quequê”, operador das máquinas de escrituração/lançamentos de contas); o César Martins do Egito (também do cadastro); e o Luís Bernardo (fiscal, de bigode).
Sentados: Cafu; Cirino; José Edmir Alves Baldez; Antônio “Pimpim”; José Armando dos Reis Lobão (“Lobãozinho”); não identificado; Edmilson Sanches (primeiro menor estagiário, contratado aos 13 anos de idade); Francisco (Chico) Cândido.
O caxiense Hermógenes começou sua carreira musical em festas no interior, com seu pai, tocando violão e violino. Robertinho e Álvaro, irmãos, tocavam respectivamente acordeon e pandeiro, enquanto o caçula, Alberto, cantava. Eventualmente, Hermógenes passou a tocar em conjuntos da cidade, como Mário Beleza e Seu Conjunto.
Em 1968, uniu-se a Olavo, Palhano, Siqueira e seu irmão Robertinho em Os Naturais, onde tocou guitarra e violino; fez parte de Os Temíveis e Grupo Som HR. Em 1978, formou seu próprio conjunto, Hermógenes Som Pop, integrado também por Airton (bateria), Chico Beleza (vocal), Chico P.P (contrabaixo). Foi o primeiro conjunto de Caxias a gravar um LP, com boa aceitação nas rádios do Nordeste.
Hermógenes faleceu, em 1996, em um acidente de ônibus, que se chocou com um carro madeireiro.
Confira abaixo, uma das faixas que integrava o LP:
“A Faca e o Rio” (1972), filme do diretor holandês, George Sluizer, que teve algumas de suas cenas rodadas em Caxias
(Trama do filme) João é um vaqueiro humilde, sério e trabalhador. Viúvo, ele se encanta por uma jovem de 19 anos. Casados, ele sofre por não poder satisfazê-la sexualmente e então decide “fazer fortuna” na Amazônia para, pelo menos, dar à mulher uma vida de menina rica. Mas os ciúmes alimentam sua alma.
Essa é a trama do filme, baseado no romance A Faca e o Rio, do maranhense Odylo Costa Filho. Sluizer pretendia reproduzir com máxima perfeição os costumes do sertanejo nordestino. Antes de iniciar as gravações no início de 1971, e para adquirir maior conhecimento do povo e região, o diretor acompanhou e registrou diversos eventos que acabou lançando como três curtas com cerca de 15 minutos cada: ‘O carnaval de São Luís’, onde registrou três dias do carnaval da capital maranhense; ‘A Balsa’, sobre um pescador e sua família ganhando a vida navegando no rio Parnaíba e ‘Zeca – Retrato de Vaqueiro’. Todos lançados em 1973.
Em Caxias, algumas das cenas foram filmadas na Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, contando inclusive com a participação da população caxiense. Em suas pesquisas, Ezíquio Barros, ouviu o relato de Edmilson Sanches, que, na época, vindo de compras no Mercado Municipal (hoje sede da Prefeitura), parou e presenciou a ação dos atores e da produção na calçada em frente à Delegacia de Polícia, próxima à praça do Panteon, no centro da cidade.
O filme teve pré-estreia no Rio de Janeiro no dia 18 de agosto de 1973 no Metro-Copacabana. Recebendo diversos prêmios e indicações, inclusive fora do Brasil. Apesar de ter passado recentemente por um processo de restauração, nenhuma cópia do filme encontra-se disponível na internet.
Nos trechos abaixo, podemos ver cenas gravadas dentro e fora da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios. Em outra cena vemos a participação de Monsenhor Clóvis Vidigal, na qual contracena com a protagonista do filme. O último fora filmado em frente à Delegacia de Polícia, no centro da cidade.
As inauguração da Praça Gonçalves Dias, no centro da cidade, juntamente ao busto do poeta homônimo, ocorreu no dia 07/09/1922, dia do centenário da independência do Brasil. O busto inaugurado na ocasião, fora confeccionado, em bronze, pelo escultor pernambucano Honório da Cunha e Mello.
A estrutura de sustentação não era muito alta, bem como não tinha qualquer grade de proteção; sendo usuais fotografias de caxienses ao lado da escultura. A estrutura permaneceu sem nenhuma alteração por mais de quarenta anos.
Só durante a administração do prefeito Numa Pompílio, em 1964 – ano em que se completavam 100 anos da morte do poeta -, é que fora acrescido, pelas mãos do artista plástico caxiense Mundico Santos, pouco mais de um metro em altura ao pilar que sustentava o busto. Sendo reinaugurado em 28/10/1964. Também, alguns anos depois, foram colocadas grades protetoras em volta do monumento.
Quando Aluízio Lobo era o Prefeito de Caxias encomendou a Mudico, quatro bustos a serem dispostos na Praça do Panteon. Para fazer o de Gonçalves Dias, Mundico utilizou como referência o busto da praça do poeta, que guarda intensa semelhança à obra de Honório da Cunha.
No ano de 1998, em vista das festividades de 175 anos do nascimento do poeta, o Prefeito Ezíquio Barros Filho decidiu realizar um concurso para um novo monumento em tamanho natural. O vencedor fora o artista piauiense Paulo Pelicano. Com a demora na entrega, outro artista do Piauí ficou responsável: Will Silva (que também é o responsável pelo painel caricatural localizado atrás da lanchonete Senadinho).
O artista, além de confeccionar a estátua, esculpiu, em relevo, uma cena de um poema de Gonçalves Dias, com índios em seu habitat. Além disso, a escultora fora assentada em um pilar em forma de pergaminho. O novo monumento em homenagem ao poeta, não agradou a todos. Algumas pessoas ainda reclamam da altura da estátua, que, com 1,49 m, representaria um Gonçalves Dias nanico.
O antigo busto, em bronze, de 1922, fora doado pela Prefeitura ao município de Aldeias Altas, onde, até hoje, se localiza (imagem abaixo).
Fonte: Livro: Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto/Ano: 2020
Imagens da publicação: Biblioteca Benedito Leite; Revista Fon!Fon!; Site de Eziquio Barros Neto; Acervo de Brunno G. Couto
João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, em 08/02/1905, filho do escritor caxiense Coelho Netto e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto.
Seu pai desejava que um de seus 14 filhos se tornasse esportista; decidindo que o escolhido seria o seu décimo segundo filho, João Coelho Netto. Para o filho, escolheu a natação por ser a modalidade mais tranquila dentre os esportes aquáticos.
Então, quando o filho completou cinco anos de idade, Coelho agarrou-o pelos braços e jogou-o na piscina. “Eu esperava que ele nadasse, mas afundou como um prego”, lembrava o inventor do querido apelido do Rio de Janeiro, A Cidade Maravilhosa . A partir desse momento, João passou a ser conhecido como ‘Prego’, ou pelo seu diminutivo “Preguinho”.
Surpreendentemente, aquele incidente não afastou a criança da água. Mano (Emanuel Coelho Netto), seu irmão mais velho, que Coelho reservou para uma carreira na literatura, costumava nadar nos mares do Rio em todas as oportunidades. João foi, inicialmente, vigiar Mano, mas, com medo de que o irmão que idolatrava o considerasse fraco, começou a nadar, e percebeu que era rápido.
Com apenas 18 anos, e 1,76 m de altura, Preguinho sagrou-se campeão carioca de 600 metros de natação. Dois anos depois, em 19 de abril de 1925, ele conquistou o título pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez, porém, Preguinho não esperou para receber a medalha. Ele nem teve tempo de se secar e vestir uma cueca, em vez disso puxou apressadamente um short por cima do calção encharcado e correu pelo Rio para fazer sua estreia no futebol pelo Fluminense.
A sua estreia em partidas foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Antes dessa partida, o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano (que também virou futebolista), que falecera, aos 24 anos, em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago ocorrida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.
“A lenda é, dizem alguns, que ele ia da praia de Botafogo às Laranjeiras de táxi”, disse Argeu Affonso, jornalista e melhor amigo de Preguinho por 40 anos, ao programa Esporte Espetacular da Globo. “Outros dizem que ele chegou de bicicleta. E outros dizem – os mais fanáticos – que ele saiu correndo. ” O certo é que Preguinho ajudou o Fluminense a conquistar o “Torneio Início” e mais seis troféus em uma carreira futebolística de 14 anos com o clube. O casamento de Preguinho com o Fluminense começou muito antes dele começar a usar a camisa Tricolor . Fundado por Oscar Cox e outros integrantes da elite carioca, em 1902, Coelho Netto, cuja casa de família ficava bem em frente à sede do clube, tornou-se fã instantâneo. Quando sua esposa Maria engravidou de Preguinho em 1904, Coelho inscreveu o filho, não nascido, no clube.
“Eu amo o Fluminense desde que me lembro”, disse Preguinho mais tarde. “Não conseguia falar direito e o Fluminense estava na minha alma, no meu coração e no meu corpo”. Preguinho, jogando no Fluminense, terminou, por duas vezes, como artilheiro do “Campeonato Carioca”, apesar de jogar não só no ataque, mas também no meio-campo, na lateral esquerda e atrás do atacante.
Sua versatilidade vai além dos campos de futebol. Preguinho conquistou, inacreditavelmente, 387 medalhas pelo clube em dez esportes: futebol, natação, basquete – continua em segundo lugar na lista de artilheiros de todos os tempos – mergulho, hóquei em patins, remo, tênis de mesa, atletismo, vôlei e polo aquático.
Preguinho é mais lembrado por algo que conquistou não com o vermelho, branco e verde do Fluminense, mas com o, então, branco e azul do Brasil, uniforme da primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1930. Foi nessa Copa que Preguinho, capitão do time, entrou de vez para a história do futebol, ao marcar o primeiro gol do Brasil em uma Copa do Mundo.
“Já escrevi mais de 100 livros, mas ainda sou conhecido na rua como o pai do Preguinho”
Disse, certa vez, Coelho Netto.
Preguinho faleceu no Rio de Janeiro, em 01/10/1979, aos 74 anos de idade, vítima de problemas pulmonares. Em 2020, o Fluminense realizou a restauração do busto de Preguinho, que está instalado na sede do clube, em Laranjeiras.
Em 2010, o programa “Esporte Espetacular” fez uma reportagem especial sobre o jogador, assista abaixo:
Thales do Amarante Ribeiro Gonçalves é natural de Amarante, no Piauí, tendo nascido no início do século XX. Já no estado vizinho, na cidade de Caxias, conheceu a jovem organista Maria Antonieta Castelo, filha de João Castelo Branco e Sinhá Castelo. Os jovens selaram a união em 27/06/1930.
Dois anos depois, Thales formou-se pela Faculdade de Direito do Maranhão, no dia 03 de dezembro de 1932. Depois de formado, passou a ocupar o cargo de Promotor Público em Caxias. Em 1937, nasce o único filho do casal Ribeiro Castelo: João Castelo Ribeiro Gonçalves (futuro Governador do Estado do MA).
Em 1938, Thales candidata-se para a prova de Juiz de Direito. Aprovado, é designado para a cidade de Araioses (MA). Na década seguinte, é transferido para São Luis. Na capital do estado, torna-se Desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Em 1950, Thales Ribeiro viajava para Caxias, como fazia frequentemente, quando, na altura de Coroatá, sentiu-se mal. Vindo a falecer durante a viagem.
Thales era irmão do, também, magistrado Amarantino Ribeiro Gonçalves, e, por conseguinte, tio da desembargadora do TJMA, Etelvina Ribeiro Gonçalves.
Em homenagem a autoridade, fora nomeado “Thales Ribeiro Gonçalves”, um Centro de Ensino que fica ao lado do casarão da família Castelo, no centro de Caxias.
Imagens da publicação: Internet; site: kamaleao.com
Restauração e Colorização: Brunno G. Couto
Fontes: Jornal Diário de São Luis (MA); Jornal O Imparcial (MA); Fórum de Timom.
Obra do artista plástico piauiense Will Silva, o “painel caricatural” foi inaugurado no dia 25 de setembro de 1998, durante a administração do prefeito Eziquio Barros Filho. Esse painel foi idealizado pelo secretário de cultura à época, Renato Menezes. O painel foi criado em homenagem aos membros do “Senadinho”, um grupo informal de intelectuais, políticos, empresários, escritores e poetas, que se reuniam na atual praça Joaquim Benedito da Silva, no centro de Caxias, em frente ao Café do Profeta (onde hoje funciona uma pastelaria, ao lado do barbeiro Lino), de Daniel Feitosa, depois Café Senadinho.
A atual lanchonete conhecida como “Senadinho Express” (local onde está instalado o painel) fora criada nos anos 90, recebendo esse nome em homenagem ao antigo Café Senadinho. No painel consta as caricaturas dos frequentadores mais assíduos durante as várias etapas de existência do Senadinho.
Entre outros, integravam o Senadinho: Álvaro Simão, Aniceto Cruz, Carlos Maranhão, Cid Teixeira de Abreu, Daniel Filho, Delmar Silva, Enoque Torres da Rocha, Fernando Chaves, Floriano Pereira de Araújo e Silva, Gentil Menezes, Heitor Barreto, Isaac Pereira, Jadhiel Carvalho, João Cunha, João Lobo, José Simão, Josino Frazão, Lafite Fernandes, Luís Leitão, Luís Gonzaga de Abreu Sobrinho, Mateus Assunção, Moisés Varão, Mota Andrade, Orlando Gonçalves, Pedro Soares, Raimundo Mário Rocha, Rodrigo Baima, Rodrigo Octavio Teixeira (Tavico), Silas Marques Serra (Reverendo), Wilson Egídio dos Santos, Zé Alves.
Fonte de pesquisa: Livro “Efemérides Caxienses”/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014