Jomar Tempo 3

A história do grupo tem início no ano de 1969, quando o sanfoneiro e sargento reformado do exército José Pinheiro de Sousa (O Jomar) resolve criar em sua terra natal, Codó (MA), um novo conjunto musical para animar as festas da cidade. Formado o grupo, nomeia-o de: Jomar Tempo 3.

Três anos depois, Jomar muda-se para Caxias. Aqui, contrata músicos locais e começa a aturar no cenário musical do município. Nessa época, três conjuntos caxienses reinavam nas festas da cidade: Os Naturais, Mario Beleza e Seu Conjunto e Os Temíveis; e alguns dos contratados por Jomar provinham dessas bandas.

Dessa forma, em 1973, reúne: Joca (vocal, que pertencia ao conjunto Os Temíveis), Marechal (vocal, da banda Parada 6), Valdir (teclado, da extinta banda Os Naturais. Que revezava o instrumento com o próprio Jomar), Wilson (guitarra, da banda OS Naturais), Manoel (contrabaixo, da banda Parada 6), Poeta (guitarra, da banda Parada 6) e o iniciante Salvador (bateria). Essa formação foi uma das mais famosas do grupo, sendo responsável pelo crescimento do conjunto na cidade.

Década de 1970: Conjunto Jomar Tempo 3, em apresentação na União Artística. Jomar é o terceiro da direita para esquerda, com a mão na cintura. Imagem: Acervo de Marechal Guimarães (que está nos vocais segurando um pandeiro meia-lua).

Todos os sucessos, internacionais e nacionais, que reinavam no rádio, eram tocados pelo conjunto. Já firmado na cidade, o conjunto passou a “disputar” com o Grupo Som HR a preferência do público caxiense. Muito criterioso e exigente, Jomar conseguiu que seu conjunto crescesse e suplanta-se, por algum tempo, as muitas outras bandas de Caxias.

Além dos músicos originais, anos depois, passaram pelo conjunto: Negão (bateria e voz); Raimundo Nonato Santana, o Nonato Boba (contrabaixo); Chico P. P. (guitarra e baixo); Valter (voz); Miriam (voz); Mestre Neto (percussão); Flávio (bateria). O repertório também fora expandido e o forró passou a predominar.

Com a morte de Jomar por ataque cardíaco no começo dos anos 2000 (carece de fontes), o músico Chico P.P. comprou o conjunto, e logo alterou o nome do grupo, que passou a se chamar: Garota Moral.

Ouça, abaixo, uma gravação, da década de 1980 (provavelmente), do conjunto Jomar Tempo 3:


Fontes de pesquisa: Nonato Ressurreição; Livro: Cartografias Invisíveis/Ano: 2015.

Hermógenes Som Pop, a primeira banda caxiense a gravar um LP

A Banda. Hermógenes é o quarto, da esquerda para direita, dos que estão em pé. Imagem: Internet/Reprodução da capa do LP.

O caxiense Hermógenes começou sua carreira musical em festas no interior, com seu pai, tocando violão e violino. Robertinho e Álvaro, irmãos, tocavam respectivamente acordeon e pandeiro, enquanto o caçula, Alberto, cantava. Eventualmente, Hermógenes passou a tocar em conjuntos da cidade, como Mário Beleza e Seu Conjunto.

Em 1968, uniu-se a Olavo, Palhano, Siqueira e seu irmão Robertinho em Os Naturais, onde tocou guitarra e violino; fez parte de Os Temíveis e Grupo Som HR. Em 1978, formou seu próprio conjunto, Hermógenes Som Pop, integrado também por Airton (bateria), Chico Beleza (vocal), Chico P.P (contrabaixo). Foi o primeiro conjunto de Caxias a gravar um LP, com boa aceitação nas rádios do Nordeste.

Hermógenes faleceu, em 1996, em um acidente de ônibus, que se chocou com um carro madeireiro.

Confira abaixo, uma das faixas que integrava o LP:


Fonte: Livro Cartografias Invisíveis/Ano: 2014

Áudio utilizado no vídeo: Canal Soudz Seven

O filme que teve cenas gravadas em Caxias

Cartaz do filme.

“A Faca e o Rio” (1972), filme do diretor holandês, George Sluizer, que teve algumas de suas cenas rodadas em Caxias

(Trama do filme) João é um vaqueiro humilde, sério e trabalhador. Viúvo, ele se encanta por uma jovem de 19 anos. Casados, ele sofre por não poder satisfazê-la sexualmente e então decide “fazer fortuna” na Amazônia para, pelo menos, dar à mulher uma vida de menina rica. Mas os ciúmes alimentam sua alma.


Essa é a trama do filme, baseado no romance A Faca e o Rio, do maranhense Odylo Costa Filho. Sluizer pretendia reproduzir com máxima perfeição os costumes do sertanejo nordestino. Antes de iniciar as gravações no início de 1971, e para adquirir maior conhecimento do povo e região, o diretor acompanhou e registrou diversos eventos que acabou lançando como três curtas com cerca de 15 minutos cada: ‘O carnaval de São Luís’, onde registrou três dias do carnaval da capital maranhense; ‘A Balsa’, sobre um pescador e sua família ganhando a vida navegando no rio Parnaíba e ‘Zeca – Retrato de Vaqueiro’. Todos lançados em 1973.

Em Caxias, algumas das cenas foram filmadas na Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, contando inclusive com a participação da população caxiense. Em suas pesquisas, Ezíquio Barros, ouviu o relato de Edmilson Sanches, que, na época, vindo de compras no Mercado Municipal (hoje sede da Prefeitura), parou e presenciou a ação dos atores e da produção na calçada em frente à Delegacia de Polícia, próxima à praça do Panteon, no centro da cidade.

Cena do casamento, que contou com a figuração de diversos populares e com a participação da Banda Lira Caxiense


O filme teve pré-estreia no Rio de Janeiro no dia 18 de agosto de 1973 no Metro-Copacabana. Recebendo diversos prêmios e indicações, inclusive fora do Brasil. Apesar de ter passado recentemente por um processo de restauração, nenhuma cópia do filme encontra-se disponível na internet.

Nos trechos abaixo, podemos ver cenas gravadas dentro e fora da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios. Em outra cena vemos a participação de Monsenhor Clóvis Vidigal, na qual contracena com a protagonista do filme. O último fora filmado em frente à Delegacia de Polícia, no centro da cidade.

Algumas das cenas que foram rodadas em Caxias. Imagens: Eye Filmmuseum e Internet

Fontes: Site Ezíquio Barros Neto; Site RFI

Restauração: Brunno G. Couto