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Em 1899, o escritor Henrique Maximiano Coelho Netto, no alto de seus 35 anos de idade, já gozava do status de celebridade literária nacional. E fora nesse ano que o intelectual caxiense resolveu revisitar suas origens, fazendo uma visita a seu estado natal – em terras que não pisava há quase trinta anos, desde que mudou-se para o Rio de Janeiro com os pais.
No dia 08 de junho, chega à capital do estado, sendo fortemente ovacionado pelo povo ludovicense e recepcionado pelo Governador do Maranhão. Na ilha, visitou fábricas, escolas, grêmios estudantis, bem como assistiu a peças teatrais e realizou conferências. Mas o município mais ansiado pelo escritor era outro. Caxias, sua cidade natal, já aguardava ansiosamente a chegada de um de seus filhos mais ilustres. Dessa forma, no dia 18 daquele mês, Coelho Netto, acompanhado de uma caravana, dirigisse ao Cais da Sagração e embarca no vapor Carlos Coelho rumo à princesa do sertão; chegando à cidade na manhã do dia 24.
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Assim que chegaram notícias sobre a aproximação da embarcação ao município, fora realizado, no Morro do Alecrim, um tiro de salva, seguido de uma girândola de 20 dúzias de foguetes. Grande foi a concentração popular que deslocou-se ao porto a fim de receber o ilustre conterrâneo. Ao som harmonioso da banda de música do maestro Carimã Junior, bem como sob o alegre estrondear de mil foguetes, Coelho Netto pisou em solo caxiense.
Dali, a multidão saiu em comitiva em direção ao casarão do coronel José Castelo Branco da Cruz, onde o escritor ficaria hospedado. O trecho da rua em que passava o autor de “Miragem”, partindo da Rua Benedito Leite até um ponto da Rua Doutor Berredo, se achava artisticamente ornamentado com bandeirolas e flores silvestres. Ao fim do trajeto encontrava-se uma coluna de grande elevação onde constavam inscrições contendo datas gloriosas e nomes inesquecíveis de vultos pertencentes ao meio intelectual maranhense. Em pedestais, pendiam emblemas com os nomes de todas as produções literárias de Coelho Netto.
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Assim que chegou ao casarão de Casé Cruz, o escritor ouviu um inspirado discurso do dr. Rodrigo Octávio Teixeira, então Juiz de Direito da Comarca de Caxias. Logo após, pediu a palavra para agradecer toda aquela manifestação de carinho de seus patrícios. Em seguida, assistidos pela multidão presente, os jovens Agnelo Franklin da Costa e Simão Ribeiro também utilizaram-se da retórica para tecer comentários elogiosos ao visitante. Às 12h daquele dia festivo, realizou-se um grande almoço oferecido pelos abonados hospedeiros, os irmãos Cristino e José Cruz. À noite, Coelho recebeu a visita de diversos vultos da sociedade caxiense.
Um dos principais desejos de Coelho Netto era voltar à casa onde residiu até os 06 anos de idade, localizada à Rua da Palma. Dessa forma, o escritor, junto a uma comitiva, dirigiu-se ao referido logradouro. Na ocasião, o singelo imóvel já pertencia a outra família. Analisando todos os detalhes da residência, o escritor proferiu um longo e emocionado discurso sobre suas memórias de infância. Durante a visita, o célebre visitante fora informado de que a Câmara Municipal havia alterado o nome daquela rua em sua homenagem; sendo, na ocasião, fixada uma placa que levava seu nome (até hoje a rua ostenta o nome de Coelho Netto).
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Durante cinco dias, Coelho Netto visitou diversas localidades, como: Morro do Alecrim, fábricas têxteis no Ponte, de Manufatura, e a “Sanharó” na Tresidela. Seguindo a tradição, bailes foram organizados em homenagem ao poeta. No dia 28, a convite da sociedade piauiense, viaja até Teresina. Ao retornar no dia seguinte, realiza uma visita ao empreendimento dos irmãos Cruz, a Usina de Açúcar do Engenho D’água. Permanece mais três dias em Caxias, onde, na noite de 01 de julho, é realizada nas dependências do Teatro Fênix uma festa de despedia. E assim, naquela mesma madrugada, Coelho Netto despediu-se de sua terra. O escritor nunca mais voltaria à Caxias.
Fontes de pesquisa: Jornal O Combate; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto
Imagens da publicação: Internet; Álbum do Maranhão de 1908; Acervo do Autor; Acervo do IHGC
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Entusiasta da história de Caxias e amante da fotografia. Criador da página e do site Arquivo Caxias.
Parabéns. texto maravilhoso. emocionante e i informativo
Texto extraordinário para conhecimentos de mais um ilustre caxiense visitando suas origens e sendo reconhecidamente homenageado por seus conterrâneos da época.