Quando Coelho Netto foi parar nos quadrinhos


Na década de 1950, baseado nas revistas americanas “Classics Illustrated” e “Classic Comics”, a editora brasileira EBAL começou a editar mensalmente o título “Edição Maravilhosa”, visando publicar adaptações para os quadrinhos dos grandes clássicos da literatura universal.

Nas primeiras 23 edições, a EBAL publicou histórias importadas. Já na edição 24, o jornalista Adolfo Aizen, fundador da editora, encomendou ao haitiano André LeBlanc, que adaptasse o livro “O Guarani” de José de Alencar. A iniciativa mostrou-se um sucesso. Dessa forma, após escalar uma grande equipe de renomados artistas para a publicação, passou a focar na quadrinização de obras da literatura brasileira.

E assim, em agosto de 1957, na edição n°154, foi a vez do caxiense Coelho Netto ser adaptado para uma nova mídia. Para tanto, fora escolhido o seu famoso romance “A Conquista”. Com desenhos do aclamado ilustrador Nico Rosso, a obra – de pouco mais de 50 p. -, completou, em 2023, 66 anos.

Para quem quiser ler o quadrinho, é só clicar aqui para fazer o download.

Marcello Thadeu de Assumpção

Marcello Thadeu de Assumpção nasceu em Caxias, no dia 16/01/1917; filho de Antônio Thadeu de Assumpção e Guiomar Cruz Assumpção. Em sua cidade natal, iniciou os seus estudos primários no colégio da professora Quininha Pires, prosseguindo-os em São Luis, no Seminário Santo Antônio. Contudo, percebeu que a sua vocação era outra, optando por cursar Medicina.

Dessa forma, seguiu para Salvador, onde formou-se, em 1943, aos 26 anos de idade, pela Faculdade de Medicina da Bahia. No Rio de Janeiro, especializou-se – pela Universidade do Rio de Janeiro – em Obstetrícia, Ginecologia, Pediatria, Câncer Ginecológico e Doenças da Nutrição. Na Academia de Farmácia, aperfeiçoou-se em Bacteriologia e Imunologia. Estudo do mesmo nível, em relação a doenças da pele, frequentou o Departamento Nacional de Saúde.

Após formar-se, Marcello retornou à Caxias, onde passou a atender a população da cidade, principalmente os mais humildes. Em sua carreira médica, atuou no INPS, RFSA, Hospital Miron Pedreira, FSESP, Posto de Saúde do Estado e Casa de Saúde e Maternidade de Caxias. Atendia a todos sem distinção de qualquer natureza, onde quer que fosse necessário o seu serviço, e a qualquer hora. Na cidade, fundou, em 1960, o jornal Tribuna Caxiense, onde também ocupava a função de diretor.

Seguindo a sua vocação de servir aos seus conterrâneos, o médico candidata-se, em 1955, ao cargo de prefeito – não logrando êxito nessa primeira investida. No pleito de 1962, elege-se deputado estadual, pelo PDC (Partido Democrata Cristão). E nas eleições de 1969, apoiado pelo então prefeito, Aluízio Lobo, Marcello Thadeu é eleito prefeito de Caxias, para o pleito de 1970 à 1973; tendo como vice o empresário Elmary Machado Torres. Concluído o mandato, voltou às lides eleitorais e foi eleito vereador à Câmara de Caxias, de 1977 à 1982. Em 1982, voltou a eleger-se ao mesmo cargo, onde permaneceu de 1983 à 1988.

Além da carreira médica e política, Marcello Thadeu também dedicou-se ao magistério; função que exerceu com excelência. Atuando no Colégio Caxiense, lecionou nas cadeiras de: Latim, Francês, História Natural e Ciências. Nos colégios Diocesano e São José, também deu aulas de Latim e Francês.

Muito respeitado em todos os campos em que atuava, dr. Marcello realizou diversas benfeitorias à sua cidade. Sendo que a maior de suas obras fora, sem dúvidas, a Fundação Educacional Coelho Neto (FECON), criada em 1963, com sede própria, em moderno edifício constituído de amplas instalações, onde são ofertados cursos de 1 e 2 graus, e Jardim de Infância. Gozando de alto conceito perante a comunidade e autoridades locais, a instituição de ensino, localizada à rua Cel. Libânio Lobo, funciona até os dias de hoje.

Já idoso, o médico passou a residir em um imóvel localizado na Praça Gonçalves Dias. Local onde passava horas sentado, olhando o movimento da cidade. Marcello Thadeu, que não teve filhos, faleceu em sua terra natal, no dia 02/04/2002, aos 85 anos de idade.

Marcello Thadeu em fotografia da década de 1990.

Em sua memória, a sua família fundou, em 22/01/2008, o “Memorial Humanista Dr. Marcello Thadeu de Assumpção” localizado nas dependências do Colégio Coelho Neto; cujo o objetivo é preservar todo o acervo de objetos, móveis, fotos, documentos e instrumentos médicos, que recontam a vida desse ilustre caxiense. Além disso, o médico humanista também da nome a uma avenida da cidade.


Fontes de pesquisa: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Jornal Cruzeiro; Jornal Nossa Terra; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto

Imagens da postagem: Ac. do IHGC; Jornal Cruzeiro; Jornal Nossa Terra; Ac. Aluízio Lobo

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

O dia em que Coelho Netto retornou à Caxias

Coelho Netto em fotografia do início do século XX.

Em 1899, o escritor Henrique Maximiano Coelho Netto, no alto de seus 35 anos de idade, já gozava do status de celebridade literária nacional. E fora nesse ano que o intelectual caxiense resolveu revisitar suas origens, fazendo uma visita a seu estado natal – em terras que não pisava há quase trinta anos, desde que mudou-se para o Rio de Janeiro com os pais.

No dia 08 de junho, chega à capital do estado, sendo fortemente ovacionado pelo povo ludovicense e recepcionado pelo Governador do Maranhão. Na ilha, visitou fábricas, escolas, grêmios estudantis, bem como assistiu a peças teatrais e realizou conferências. Mas o município mais ansiado pelo escritor era outro. Caxias, sua cidade natal, já aguardava ansiosamente a chegada de um de seus filhos mais ilustres. Dessa forma, no dia 18 daquele mês, Coelho Netto, acompanhado de uma caravana, dirigisse ao Cais da Sagração e embarca no vapor Carlos Coelho rumo à princesa do sertão; chegando à cidade na manhã do dia 24.


Vapor “Carlos Coelho” responsável por trazer Coelho Netto à Caxias. Ano da fotografia: 1908.

Assim que chegaram notícias sobre a aproximação da embarcação ao município, fora realizado, no Morro do Alecrim, um tiro de salva, seguido de uma girândola de 20 dúzias de foguetes. Grande foi a concentração popular que deslocou-se ao porto a fim de receber o ilustre conterrâneo. Ao som harmonioso da banda de música do maestro Carimã Junior, bem como sob o alegre estrondear de mil foguetes, Coelho Netto pisou em solo caxiense.

Dali, a multidão saiu em comitiva em direção ao casarão do coronel José Castelo Branco da Cruz, onde o escritor ficaria hospedado. O trecho da rua em que passava o autor de “Miragem”, partindo da Rua Benedito Leite até um ponto da Rua Doutor Berredo, se achava artisticamente ornamentado com bandeirolas e flores silvestres. Ao fim do trajeto encontrava-se uma coluna de grande elevação onde constavam inscrições contendo datas gloriosas e nomes inesquecíveis de vultos pertencentes ao meio intelectual maranhense. Em pedestais, pendiam emblemas com os nomes de todas as produções literárias de Coelho Netto.


Fotografia recente do casarão da família Castelo onde ficou hospedado Coelho Netto.

Assim que chegou ao casarão de Casé Cruz, o escritor ouviu um inspirado discurso do dr. Rodrigo Octávio Teixeira, então Juiz de Direito da Comarca de Caxias. Logo após, pediu a palavra para agradecer toda aquela manifestação de carinho de seus patrícios. Em seguida, assistidos pela multidão presente, os jovens Agnelo Franklin da Costa e Simão Ribeiro também utilizaram-se da retórica para tecer comentários elogiosos ao visitante. Às 12h daquele dia festivo, realizou-se um grande almoço oferecido pelos abonados hospedeiros, os irmãos Cristino e José Cruz. À noite, Coelho recebeu a visita de diversos vultos da sociedade caxiense.

Um dos principais desejos de Coelho Netto era voltar à casa onde residiu até os 06 anos de idade, localizada à Rua da Palma. Dessa forma, o escritor, junto a uma comitiva, dirigiu-se ao referido logradouro. Na ocasião, o singelo imóvel já pertencia a outra família. Analisando todos os detalhes da residência, o escritor proferiu um longo e emocionado discurso sobre suas memórias de infância. Durante a visita, o célebre visitante fora informado de que a Câmara Municipal havia alterado o nome daquela rua em sua homenagem; sendo, na ocasião, fixada uma placa que levava seu nome (até hoje a rua ostenta o nome de Coelho Netto).


Imóvel onde nasceu Coelho Netto. O escritor residiu nessa residência até os 06 anos de idade. Anos depois, sua estrutura fora totalmente reformulada para abrigar o Centro Artístico Operário Caxiense.

Durante cinco dias, Coelho Netto visitou diversas localidades, como: Morro do Alecrim, fábricas têxteis no Ponte, de Manufatura, e a “Sanharó” na Tresidela. Seguindo a tradição, bailes foram organizados em homenagem ao poeta. No dia 28, a convite da sociedade piauiense, viaja até Teresina. Ao retornar no dia seguinte, realiza uma visita ao empreendimento dos irmãos Cruz, a Usina de Açúcar do Engenho D’água. Permanece mais três dias em Caxias, onde, na noite de 01 de julho, é realizada nas dependências do Teatro Fênix uma festa de despedia. E assim, naquela mesma madrugada, Coelho Netto despediu-se de sua terra. O escritor nunca mais voltaria à Caxias.


Fontes de pesquisa: Jornal O Combate; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto

Imagens da publicação: Internet; Álbum do Maranhão de 1908; Acervo do Autor; Acervo do IHGC

Wilson Egídio

Wilson Egídio dos Santos nasceu em Caxias, no dia 23/11/1931, filho de José Egídio dos Santos e Maria Zulmira dos Santos. Cursou o primário no Grupo Escolar João Lisboa, e o secundário no Colégio Caxiense. Seu pai, mais conhecido como Zé Vancrilio, era dentista prático, o que acabou influenciando o jovem em sua escolha acadêmica, graduando-se em Odontologia e Biologia na capital do estado; retornando à Caxias para desempenhar suas atividades profissionais.

Mais conhecido como Wilson “Vancrílio” (nome que acabou herdando do pai) dedicou-se ao Magistério, lecionando nos colégios Caxiense, Coelho Neto, São José, Diocesano, Duque de Caxias (Bandeirantes) e na Universidade Estadual do Maranhão / Centro de Estudos Superiores de Caxias – UEMA/CESC (onde se aposentou depois de 25 anos de docência).

Como dentista, atendia no consultório de seu pai, localizado no Largo da Igreja do Rosário, bem como em sua residência; sendo um profissional bastante elogiado. Além disso, Wilson era muito habilidoso com a palavra escrita, o que o levou a publicar, por longos anos, crônicas na imprensa caxiense, notadamente no jornal O Pioneiro, dirigido por Victor Gonçalves Neto. Também publicava seus textos em forma de folhetos, que mandava imprimir e pessoalmente distribuía.

Ao lado de sua esposa, d. Sebastiana Santos, e dos quatro filhos (César, Zé Neto, Carlos e Conceição), residia à Rua Cel. Libânio Lobo, em um imóvel de dois andares, nas proximidades do Colégio Coelho Neto. Ali, gostava de sentar à porta de casa para ver o movimento da rua, e prosear com os conhecidos que passavam. Vascaíno, prof. Wilson também tinha o seu lado boêmio, sendo recorrente a sua presença no bar “Café do Profeta” e no “Recanto dos Poetas”, onde confraternizava com diversos amigos.

Fotografia recente do imóvel onde residiu o prof. Wilson.

De rosto grande, anguloso, e com uma voz potente, prof. Wilson só tinha a cara fechada, pois, na realidade, era bastante querido por seus alunos, como bem relembrou Lucinha Marques, uma de suas educandas no Colégio Caxiense:

Certa vez eu não estava preparada para a prova. Não tinha estudado muito pois passara o fim de semana no nosso sítio no Itapecuruzinho, onde passava o dia tomando banho no rio e comendo frutas, a manga principalmente. Eu estava insegura na matéria.

Esperei ele lá fora, antes de entrar na sala de aula.

– Professor não estou preparada para a prova de hoje.

– O que aconteceu menina? Não está mais estudando?

– Estudo até demais, mas passei o fim de semana no sítio e estudei pouco.

– Me consta que seu pai todo o fim de semana vai para o sítio. O que aconteceu dessa vez?

– Por favor professor. ME DÊ UMA CHANCE.

– Só dessa vez você vai fazer prova na TURMA B. Se prepare pois não terá outra chance.

Só faltei pular de alegria. Ele era legal demais. AGRADECI E FUI DISPENSADA DA AULA. Me preparei para a prova.

Ótimo professor. Inesquecível. Maravilhoso.

Já aposentado, o professor e dentista, Wilson Egídio dos Santos, faleceu em Caxias, no dia 07/11/2012, 16 dias antes de completar 81 anos de idade.


Fontes de pesquisa: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Texto de Edmílson Sanches; Texto de Lucinha Maria Chaves Marques.

Imagens da publicação: Acervo do IHGC; Acervo de Brunno G. Couto

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

A casa onde nasceu Coelho Neto

Filho do português Antônio da Fonseca Coelho e de d. Ana Silvestre Coelho, Henrique Maximiniano Coelho Netto nasceu, em 21/02/1864, nesta residência à Rua da Palma (Atual, R. Coelho Neto), n. 04, no centro de Caxias. Nela viveu até os seis anos de idade, quando vai morar com a família no Rio de Janeiro.

O imóvel, em fotografia da década de 1930 (provavelmente), ainda com as feições originais preservadas. Imagem: Acervo do IHGC.

Coelho Neto só retorna à Caxias, em 24/06/1899. Onde, já um intelectual aclamado, é recebido, por autoridades e pelo povo, com uma grande festividade. Na oportunidade, desejando relembrar suas raízes caxienses, Coelho Neto visita a sua antiga casa à rua que já levava o seu nome. O imóvel, àquele ano, era ocupado por uma senhora chamada Firmina Maria Pinho. Ali, Coelho Neto deu uma longa palestra sobre sua infância.

Por volta da década de 1930, a casa onde nascera Coelho Neto fora demolida para a construção da sede do Centro Artístico e Operário Caxiense, sendo inaugurado em 1932. Mais de trinta anos depois, o imóvel passa por nova reforma, onde recebe as feições que preserva até os dias de hoje.

O imóvel em fotografia de 2012. Imagem: Google Maps.

Fontes de pesquisa: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto.

Imagens da postagem: Acervo do IHGC; Google Maps.

Restauração e Colorização: Brunno G Couto

Preguinho, o craque, filho de Coelho Netto

Preguinho. Década de 1930.

João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, em 08/02/1905, filho do escritor caxiense Coelho Netto e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto.

Seu pai desejava que um de seus 14 filhos se tornasse esportista; decidindo que o escolhido seria o seu décimo segundo filho, João Coelho Netto. Para o filho, escolheu a natação por ser a modalidade mais tranquila dentre os esportes aquáticos.

Casa onde nasceu Preguinho, na atual Rua Coelho Netto, no Rio de Janeiro.

Então, quando o filho completou cinco anos de idade, Coelho agarrou-o pelos braços e jogou-o na piscina. “Eu esperava que ele nadasse, mas afundou como um prego”, lembrava o inventor do querido apelido do Rio de Janeiro, A Cidade Maravilhosa . A partir desse momento, João passou a ser conhecido como ‘Prego’, ou pelo seu diminutivo “Preguinho”.

Surpreendentemente, aquele incidente não afastou a criança da água. Mano (Emanuel Coelho Netto), seu irmão mais velho, que Coelho reservou para uma carreira na literatura, costumava nadar nos mares do Rio em todas as oportunidades. João foi, inicialmente, vigiar Mano, mas, com medo de que o irmão que idolatrava o considerasse fraco, começou a nadar, e percebeu que era rápido.

Emanuel Coelho Netto (Mano), irmão de Preguinho.

Com apenas 18 anos, e 1,76 m de altura, Preguinho sagrou-se campeão carioca de 600 metros de natação. Dois anos depois, em 19 de abril de 1925, ele conquistou o título pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez, porém, Preguinho não esperou para receber a medalha. Ele nem teve tempo de se secar e vestir uma cueca, em vez disso puxou apressadamente um short por cima do calção encharcado e correu pelo Rio para fazer sua estreia no futebol pelo Fluminense.

A sua estreia em partidas foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Antes dessa partida, o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano (que também virou futebolista), que falecera, aos 24 anos, em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago ocorrida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.

“A lenda é, dizem alguns, que ele ia da praia de Botafogo às Laranjeiras de táxi”, disse Argeu Affonso, jornalista e melhor amigo de Preguinho por 40 anos, ao programa Esporte Espetacular da Globo. “Outros dizem que ele chegou de bicicleta. E outros dizem – os mais fanáticos – que ele saiu correndo. ” O certo é que Preguinho ajudou o Fluminense a conquistar o “Torneio Início” e mais seis troféus em uma carreira futebolística de 14 anos com o clube. O casamento de Preguinho com o Fluminense começou muito antes dele começar a usar a camisa Tricolor . Fundado por Oscar Cox e outros integrantes da elite carioca, em 1902, Coelho Netto, cuja casa de família ficava bem em frente à sede do clube, tornou-se fã instantâneo. Quando sua esposa Maria engravidou de Preguinho em 1904, Coelho inscreveu o filho, não nascido, no clube.

“Eu amo o Fluminense desde que me lembro”, disse Preguinho mais tarde. “Não conseguia falar direito e o Fluminense estava na minha alma, no meu coração e no meu corpo”. Preguinho, jogando no Fluminense, terminou, por duas vezes, como artilheiro do “Campeonato Carioca”, apesar de jogar não só no ataque, mas também no meio-campo, na lateral esquerda e atrás do atacante.

Preguinho vestindo o uniforme do Fluminense. Década de 1920.

Sua versatilidade vai além dos campos de futebol. Preguinho conquistou, inacreditavelmente, 387 medalhas pelo clube em dez esportes: futebol, natação, basquete – continua em segundo lugar na lista de artilheiros de todos os tempos – mergulho, hóquei em patins, remo, tênis de mesa, atletismo, vôlei e polo aquático.

Preguinho jogando pela Seleção Brasileira. Década de 1930.

Preguinho é mais lembrado por algo que conquistou não com o vermelho, branco e verde do Fluminense, mas com o, então, branco e azul do Brasil, uniforme da primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1930. Foi nessa Copa que Preguinho, capitão do time, entrou de vez para a história do futebol, ao marcar o primeiro gol do Brasil em uma Copa do Mundo.

Seleção brasileira que entrou em campo para enfrentar a Iugoslávia na Copa do Mundo de 1930, primeiro jogo do time nacional em um mundial. No final, a seleção européia venceu por 2 a 1. Preguinho marcou o primeiro gol brasileiro em uma copa do mundo nesta ocasião. Em pé (da esquerda para direita): o técnico Píndaro de Carvalho, Brilhante, Fausto, Hermógenes, Itália, Joel e Fernando; ajoelhados (da esquerda para direita): Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Teóphilo.

“Já escrevi mais de 100 livros, mas ainda sou conhecido na rua como o pai do Preguinho”

Disse, certa vez, Coelho Netto.

Preguinho. Década de 1970 (provavelmente).

Preguinho faleceu no Rio de Janeiro, em 01/10/1979, aos 74 anos de idade, vítima de problemas pulmonares. Em 2020, o Fluminense realizou a restauração do busto de Preguinho, que está instalado na sede do clube, em Laranjeiras.

Em 2010, o programa “Esporte Espetacular” fez uma reportagem especial sobre o jogador, assista abaixo:


Imagens da publicação: Internet; Site “Livro Preguinho Fluminense; © Getty Images; Fluminense F.C.; Site “Terceiro Tempo”; Rede Globo.

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Site oficial da FIFA.

Edmée Assunção

Edmée Chaves de Assunção nasceu em Caxias, no dia 24/03/1913. Filha do casal Benedito José Assunção e Francisca Chaves de Assunção. Cresceu junto aos irmãos no casarão da família, na Rua Manoel Gonçalves, esquina do Largo de São Sebastião. Era irmã de: Benedito (Bina), Antônio, Mário, Laci, Maria de Jesus (Mila), Valderez, Maria Celeste, Elvira e Anie.

Iniciou os estudos em sua terra natal, onde cursou o primário e o nível médio. Em 1937, formou-se normalista pela Escola Normal Livre de Caxias. Muito estudiosa, participou de seminários, fez cursos sobre educação escolar e esteve em congressos em nosso estado e no Rio Grande do Sul.

Edmée (lado direito) ao lado da irmã Mila. Década de 1950.

Em 1958 foi nomeada professora do estado e foi lotada no Grupo Escolar Gonçalves Dias. No ano de 1961 assumiu a direção do Grupo Escolar João Lisboa, onde permaneceu até à sua aposentadoria no dia 24 de março de 1983, ano em completou 70 anos de idade. Professora de várias gerações, lecionou também no Ginásio Caxiense, Educandário São José, Escola Técnica de Comércio de Caxias e Grupo Escolar Coelho Neto.

Em 1971, candidatou-se ao cargo de vereadora da Câmara Municipal de Caxias. Eleita, exerceu por dois mandatos consecutivos. Posteriormente exerceu o cargo de Secretária Municipal de Educação, na segunda gestão do Prefeito Aluísio Lobo.

A vereadora Edmée Assunção e o Prefeito José Castro. Década de 1970.

Católica praticante, por vários anos, cooperou na administração da Capela de São Sebastião. A convite do Pe. Francisco Damasceno, em outubro de 1983, assumiu o cargo de presidente da Associação de São José da Paróquia de São Benedito, mantendo-se no exercício da função até os momentos finais de sua vida.

Em novembro de 2001, recebeu a Comenda de Honra ao Mérito Poeta Gonçalves Dias, outorgada pela Prefeitura de Caxias.

Edmée Assunção faleceu em 31 de agosto de 2005, aos 92 anos de idade.

É patrona da cadeira n° 21 da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão – ASLEAMA. Em 2015, a Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei nº 288/2015, de autoria da deputada Nina Melo, que denomina a Escola Estadual de Caxias, instalada no bairro Bacuri, de “Escola Estadual Professora Edmée Chaves Assunção”. No residencial Eugênio Coutinho, existe uma praça que leva o seu nome. Edmée Assunção, também dá nome a um centro e a uma escola de artesanato em Caxias.


Imagens da publicação: Acervo Família Assunção

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Texto de Murilo Aguiar publicado no Site do Jonal Pequeno; Blog do Irmão Inaldo; Site JusBrasil.

Coelho Netto

Coelho Neto, década de 1920

Henrique Maximiano Coelho Netto nasceu em 1864, em Caxias, na Rua da Palma, que hoje tem o seu nome, na casa número 07, atualmente sede do Centro Artístico e Operário Caxiense. Filho do português Antônio da Fonseca Coelho com a índia Ana Silvestre Coelho, que mudaram-se do Maranhão para o Rio de Janeiro quando o filho contava apenas com seis anos de idade.


Estudou no Colégio Pedro II, onde realizou os cursos preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina, que abandonou em seguida, matriculando-se em 1883 na Faculdade de Direito de São Paulo. No curso jurídico, Coelho Neto expande suas revoltas, logo se envolvendo no movimento de alunos contra um professor e, para evitar represálias, transfere-se para a faculdade do Recife, e ali conclui o primeiro ano tendo por principal mestre Tobias Barreto.

Coelho Netto, em seu escritório no Rio de Janeiro. Década de 1930.
Coelho Neto e sua esposa posam ao lado de um pau-brasil, plantado por eles na horta do Serviço Florestal, em 1931.

Após este lapso, retorna para São Paulo, e logo participa de movimentos abolicionistas e republicanos, entrando em choque com os professores, não chegando a concluir o curso. Em junho de 1899 visitou a capital maranhense e sua cidade natal, sendo alvo de expressivas homenagens. Na política tornou-se deputado federal pelo estado natal, em 1909, reeleito em 1917. Ocupou ainda diversos cargos, e integrou diversas instituições culturais.

No Rio de Janeiro, casou-se, em 1890, com a professora de música Maria Gabriela Brandão. Dentre os filhos do casal, estava: João Coelho Neto (Preguinho). Que, anos mais tarde, tornar-se-á um importante nome do futebol brasileiro.


Ocupante da cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras, da qual foi fundador e presidente, é portanto número 22 da Academia Caxiense de Letras, denominada “Casa de Coelho Neto”.

Membros da Academia Carioca de Letras, durante a posse de Francisca Bastos Cordeiro, em 1931. Coelho Neto é o sexto, da esquerda para direita, dos que estão sentados.
Grupo de literatos em que se destacam as figuras do escritor caxiense Coelho Netto (primeiro da esquerda para direita) e Medeiros e Albuquerque (segundo da direita para esquerda), reunidos em um bar localizado na Av. Rio Branco – Rio de Janeiro, em 1910.


A Coelho Neto devem as cidades de Teresina e Rio de Janeiro os epônimos de “Cidade Verde” e “Cidade Maravilhosa”, respectivamente. O escritor faleceu no Rio, em 1934, aos 70 anos. É na antiga capital da República, que estão enterrados os seus restos mortais.


Fontes: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014; Sites: Wikipédia e Portal São Francisco

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Imagens da publicação: Internet; Revista O Cruzeiro (RJ); Site “Livro Preguinho Fluminense e Página do Instagram: Rio Antigo.