As origens caxienses da atriz Glória Menezes

Apesar de muitas pessoas ainda relatarem que a atriz é caxiense, a informação não é verdadeira. Contudo, suas origens familiares são de Caxias – MA. Seu avô paterno, cel. José Ferreira Guimarães Junior (Zezinho Guimarães), foi um grande empresário da indústria de tecidos de Caxias, tendo residido em um casarão localizado ao lado da Praça Gonçalves Dias (Atualmente funcionam algumas lojas no imóvel, que preserva alguns detalhes de sua fachada original). Era casado com Corina Belleza da Cruz, irmã de João Castelo Branco da Cruz (Dono da Usina de Açúcar, do Engenho D’agua). Da união, nasceram os caxienses: Alcindo, Alinice e José Nilo Cruz Guimarães.

Casarão onde residiram os avós paternos de Glória Menezes. O imóvel está localizado ao redor da Praça Gonçalves Dias, em Caxias. Ano da imagem: 2012
Zezinho e Corina Guimarães (em cores), avós paternos de Glória Menezes, em fotografia de 1937, em Caxias (MA).


José Nilo Cruz Guimarães, contador, formou-se no Rio de Janeiro, cidade onde conheceu a gaúcha Maria Mercedes (Mercedinha), filha de Mercedes da Silva Soares e Antônio Ferreira Soares (funcionário do Ministério da Fazenda). Os dois casam-se no ano de 1927, no Rio de Janeiro. Da união, adveio Nilcedes Soares de Magalhães; nascida em 1934, na cidade de Pelotas (RS), terra de sua família materna. O seu nome resulta da junção de “Nilo” com “Mercedes”.

Residindo desde os seis anos de idade em São Paulo, Nilcedes segue carreira no teatro, onde estabelece o seu nome artístico: Glória Menezes. Contudo, a profissão escolhida pela jovem não fora bem aceita por parte da família. Segundo depoimento da própria atriz, sua avó paterna, Corina, sempre ignorou sua carreira artística, por considerar ser uma profissão ligada a “mulheres da vida”.

Os pais de Glória Menezes, em 1985. Imagens: Reprodução YouTube.

Ao casar-se com o ator Tarcísio Meira, Glória Menezes altera o seu sobrenome “Guimarães” para “Magalhães”. Em fevereiro de 1978, já no apogeu de suas respectivas carreiras na televisão, o casal de artistas fez uma visita à Caxias. Na oportunidade, ciceroneados pelo empresário Alderico Silva, visitaram diversos lugares, como: o “Palacete Castelo” de Alderico, o casarão da família Castelo (onde Glória visitou familiares), as ruínas da Balaiada, a Fábrica de Manufatura Caxiense (a qual o seu avô, Zezinho, chegou a ser proprietário), e a casa da família Frazão (onde conversaram com o músico Josino Frazão, amigo de longa data da família de Glória em Caxias) .

Tarcísio e Glória em Caxias, no ano de 1978. O casal posa em frete a antiga Fábrica de Manufatura Caxiense. Foto: Sinésio Santos/Fonte: Site Noca.
Junto ao comendador Alderico Silva (ao centro), o casal de artistas posa em frente as Ruínas da Balaiada. Foto: Sinésio Santos/Fonte: Site da Prefeitura de Caxias.

Na entrevista abaixo – apesar de não citar Caxias – a atriz fala um pouco sobre a suas origens familiares:


Fontes de pesquisa: Periódicos do acervo da Biblioteca Nacional; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Entrevista concedida por Glória Menezes ao programa “Gente de Expressão”; Jornal O Pioneiro

João Castelo Branco

João Castelo, no início da década de 1940.

O Coronel João Castelo Branco da Cruz nasceu em Caxias, no dia 27 de junho de 1874, filho de José Castelo Branco da Cruz (Casé Cruz) e Maria Germana da Cruz. Era irmão de Corina Cruz Guimarães, e, por conseguinte, cunhado do industrial José (Zezinho) Ferreira Guimarães Junior.

Formou-se como Contador, e foi trabalhar na capital piauiense. Retornando à a sua cidade natal pouco tempo depois. Em Caxias, conheceu a sua esposa, Almerinda Ramos Cruz, popularmente conhecida como Sinhá Castelo. O casal teve onze filhos.

Na década de 1920, assumiu o cargo de Coletor Federal do município de Caxias. Com o falecimento do tio Cristino Cruz, em 1914, e do pai, em 1915, João Castelo assume os negócios da família, que incluíam a usina de cana de açúcar do Engenho D’água. Fez parte da política caxiense, integrando o Partido Republicano, que era contrário ao partido dos irmãos Teixeira (Rodrigo Octávio e Joaquim Teixeira).

Castelo aposentou-se no ano de 1938, passando os seus últimos anos no casarão da família, ao lado dos filhos e netos. Vindo a falecer no dia 15 de abril de 1947, aos 72 anos de idade.

Parte do casarão da família Castelo, localizado próximo ao colégio Thales Ribeiro, no centro de Caxias. No canto direito da imagem, está a Capela do imóvel.

O Coronel Castelo era avô do político caxiense João Castelo Ribeiro Gonçalves, neto que herdou o seu nome.


Imagens da publicação: Internet e Acervo de Brunno G. Couto

Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Livro Efemérides Caxienses/Ano:2014; Jornal Caxias; Livro: Por Ruas e Becos de Caxias/Ano: 2020.