Comemorações de 7 de Setembro, do ano de 1938

Apesar de terem diminuído com o passar dos anos, as solenidades cívicas sempre foram muito estimadas pelos caxienses; e o dia que marca a Independência do Brasil sempre fora um dos mais festejados. Em 1938, Getúlio Vargas era o então Presidente da República, e uma de suas medidas governamentais fora nomear interventores para cada estado da federação, em substituição aos governadores. No Maranhão, a função estava a cargo do caxiense Paulo Martins de Sousa Ramos, que, em colaboração com prefeito de Caxias, Alcindo Cruz Guimarães, providenciou a realização das comemorações daquele ano.

Além da participação do Poder Executivo, as festividades contaram com a cooperação da União Artística; da Coletoria Federal e Estadual; do Cassino Caxiense; Centro Artístico; Tiro de Guerra 155; Ginásio Caxiense; Escola Normal; Grupos Escolares “Gonçalves Dias” e “João Lisboa”; Ferroviários da São Luis – Teresina; Escolas Primárias Proletárias; e de diversos sindicatos.

E assim se dera. Quando tudo já estava preparado, fora divulgada a seguinte programação da importante efeméride:

Às 6h: Hasteamento da Bandeira no edifício da Prefeitura, com assistência do Tiro de Guerra 155, ao som do Hino Nacional.

Às 8h: Missa cantada na Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, ao som do Hino Nacional, em ação de graças ao presidente Vargas, e ao Interventor, dr. Paulo Ramos.

Às 9h: (Logo após a missa) Inauguração, na Coletoria Federal, do retrato do presidente Vargas, falando o sr. Carlos Martins, coletor, e o dr. Godofredo Revorêdo, agente fiscal do Imposto de Consumo. O Interventor Federal, dr. Paulo Ramos, se fará presente à solenidade pelo dr. Alcindo Guimarães, Prefeito Municipal.

Às 10h: Sessão cívica promovida pela Comissão Encarregada da Homenagem dos Associados da União Artística Operária Caxiense, ao presidente Getúlio Vargas, na sede dessa agremiação, para inaugurar solenemente o retrato do referido presidente no salão de honra, falado o dr. Alcindo e o sr. Luiz Gonzaga Bayma Pereira, que presidirá a sessão, e orador oficial da casa.

Às 11h: Aposição, na Coletoria Estadual, dos retratos do Presidente e do Interventor, que serão conduzidos da Prefeitura para Exatoria de Caxias por alunas do Ginásio e da Escola Normal, ladeadas pelo Tiro de Guerra 155 e acompanhadas por todas as autoridades, representantes do Clero e da Imprensa, colégios, sindicatos de classe, associações, etc. e o povo em geral.

As alunas do Ginásio trarão faixas com as cores da bandeira brasileira, em que se lê: “Homenagem da Coletoria Estadual de Caxias ao eminente Presidente Vargas”, e da Escola Normal uma faixa idêntica, lendo-se: ” Homenagem da Coletoria Estadual de Caxias ao preclaro Interventor Federal do Maranhão, dr. Paulo Ramos”.

Falarão, por ocasião da inauguração dos retratos, o dr. Alcindo Guimarães e o sr. Francisco Jayme Aguiar. Representarão os srs. drs. Paulo Ramos e Clodoaldo Cardoso, os srs. Alcindo Guimarães e Aniceto Cruz, respectivamente.

07 de Setembro de 1938: Alunas e autoridades posam próximos aos retratos recém-inaugurados de Getúlio Vargas e Paulo Ramos, no prédio da Exatoria de Caxias.

Às 15:30h: Passeata cívica, na qual tomarão parte, conduzindo o Pavilhão Nacional, Bandeirinhas Nacionais e estandartes: Tiro de Guerra 155, Escola Normal, Ginásio Caxiense, Grupo Escolar Gonçalves Dias, Escolas Proletárias, união Artística, Centro Artístico, Sindicatos: Operários em Construção Civil, Empregados Têxteis, Comerciantes, Empregados no Comércio, Mecânicos e Metalúrgicos, Ferroviários da São Luis – Teresina; Diretoria do Cassino Caxiense, altas autoridades, representantes do Clero e da Imprensa, funcionários e empregados públicos, intelectuais e povo em geral.

No decorrer do desfile, representantes das referidas instituições discursarão durante as paradas que serão realizadas nas praças Vespasiano Ramos e Gonçalves Dias; finalizando, assim, as comemorações de 07 de Setembro.


Fonte de pesquisa: Jornal Pacotilha

Imagem da publicação: Ac. do IHGC

Restauração: Brunno G. Couto

A antiga Avenida João Pessoa

Na transição do século XIX ao XX, com a inauguração da Estação Férrea (São Luis – Teresina), fez-se necessária a construção de uma via que possibilitasse um melhor acesso dos passageiros até a cidade, bem como para a uma prática movimentação da produção oriunda da fábrica de Manufatura (Atual, Centro de Cultura). Essa ideia só veio a tomar forma quando fora constituída uma comissão de cidadãos influentes que tomaram frente da futura obra. A comissão esperava contar com o auxílio ou interferência da prefeitura, o que acabou não ocorrendo.

Dessa forma, conforme noticiou um jornal da época, a referida comissão: “saiu à rua, sacola em punho, solicitando o auxílio monetário de nosso povo. (…) o contribuinte (que já pagava excessivos impostos) estranhou a solicitação, mas, afinal, pagou…”.

Assim sendo, em 1922, na administração do prefeito Francisco Vila-Nova, fora assentada a pedra fundamental da nova via. Sob o nome de Avenida Independência (em virtude da ligação que fazia à Praça do Panteon que, à época, chamava-se Praça da Independência) foram iniciadas as obras. Devido a falta de verba, a construção fora paralisada, sendo realizada nova coleta junto ao povo. Tempos depois, mesmo como a construção da via as manutenções que deveriam ser constantes não eram realizadas. Como aquela área quase não era habitada, o mato tomava de conta, chegando a alcançar a avenida.

A verdade é que, até 1931, a construção da avenida ainda não havia sido devidamente finalizada, sendo popularmente conhecida como “Avenida duma banda só”. O que levou ao interventor João Guilherme de Abreu, àquele ano – após as constantes reclamações -, a, enfim, dar início aos serviços de conclusão da obra. Em homenagem ao governador e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assassinado no ano anterior, João Guilherme renomeia, em 23/06/1931, a via para: Avenida João Pessoa.


Jornal Voz do Povo, de 1931, noticia a mudança de nome da Avenida.

É durante a administração do prefeito Alcindo Cruz Guimarães (1937/1941), que a avenida é alargada, bem como é construída uma extensa muralha ligando a Estação Férrea até a praça dos poderes e comércio (onde estavam os prédios da Prefeitura, Mercado Municipal, Fábrica Têxtil etc.). A longa estrutura também servia para conter a volumosa mata que circundava a via. Além disso, em 1941, no dia da chegada de Dom Marelim à Caxias pela Estação, a estrutura serviu como “arquibancada” para os que buscavam uma visão privilegiada do clérigo.


Parte da muralha, já na curva que vai em direção ao local onde o Mercado Municipal localiza-se atualmente. Fotografia: Início da década de 1940.

Com o início da urbanização daquela área, no final da década de 1940 e início de 50, muitos imóveis e estabelecimentos começaram a ser construídos nas redondezas, o que levou à demolição da muralha, que era incompatível com essa expansão urbana.


Como pode-se verificar nesta fotografia de 1940, a extensa muralha iniciava nas proximidades da Estação de Ferro (canto direito. Atual, IHGC),

A Avenida em fotografia de 2012. Imagem: Google Maps.

Posteriormente, a via recebeu diversas melhorias, tendo, em 19/03/1948, o seu nome alterado para Avenida Getúlio Vargas, o qual permanece até os dias de hoje.


Fonte de pesquisa: Revista Athenas; Jornal Voz do Povo; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Internet.