Nachor Carvalho

Nachor de Araújo Carvalho nasceu em Caxias, no dia 15/04/1893, filho do segundo casamento de José Firmino Lopes de Carvalho com Raimunda Ribeiro Carvalho. Vindo de uma família extensa, era irmão de: João Batista de Moura, Joel Carvalho, Oziel Carvalho, Azor Carvalho Serejo, Jozias Carvalho, Agar de Carvalho Serejo, Constância de Carvalho Kós, Ester de Carvalho Kós, Nadia de Carvalho Chaves, Judith Carvalho, Amélia Carvalho, Angélica Carvalho e Julia Carvalho.

Ainda na juventude, iniciou a vida de trabalho como mecânico. Posteriormente, passou a ser balconista da Loja Paulista, localizada na Praça de Gonçalves Dias; sendo designado pela firma para gerir a sua filial de Floriano, no Piauí, após casar-se com d. Olinda Castelo Branco de Almeida (mais conhecida como d. Lindoca). Como gerente da loja piauiense, a sua digníssima esposa passou a auxiliá-lo como caixa. Por motivos de ordem econômica, Nachor volta à Caxias, onde passa a trabalhar na firma Almir Cruz & Cia.

Nachor, em fotografia da década de 1930.

Com algumas economias que tinha começou a investir, por conta própria, na compra e venda de babaçu. Posteriormente, montou uma sociedade junto a Manoel Teixeira Lima. Com o sucesso obtido, juntou-se a José Manoel de Araújo e José Ferreira Guimarães Junior, firmando-se como representante comercial. Não demorou muito para que o jovem empresário viesse a fundar a sua própria firma a Araújo Carvalho & Cia, tornando-se um dos homens mais ricos de Caxias. Era também acionista da CIA de fiação e tecidos União Caxiense S/A, chegando a ser um de seus diretores. Quando da inauguração do Banco de Caxias – estabelecimento de créditos para indústria, lavoura e comércio -, em 1936, foi o seu primeiro Presidente.

Nachor era um grande amante das artes e das novidades. Sendo um dos primeiros caxienses a ter um carro, e o primeiro a ter um rádio. Muitos cidadãos dirigiam-se a seu bangalô, à Rua Afonso Pena, com intuito de ouvir as partidas da Copa do Mundo. Segundo o pesquisador Eziquio Neto, o empresário também era apaixonado por futebol e carnaval. No mundo futebolístico, era membro do clube “Maranhense Sport Club”. E no mundo dos confetes e serpentinas, era um grande incentivador de diversos blocos brincantes, sendo chefe do grupo “Queima com Água”.

Contudo, sua maior contribuição para sua cidade natal ocorreu em 1929, quando levou a luz elétrica para as ruas de Caxias. Através de sua Usina Dias Carneiro – primeira usina geradora de energia da cidade -, Caxias pôde sair da breu noturno. Alguns anos depois, em 1934, fora um dos membros fundadores do Cassino Caxiense.

Internado no Hospital Português, em São Luis, Nachor Carvalho faleceu no dia 22/07/1962, aos 69 anos de idade. Em sua homenagem fora dado o seu nome ao terminal rodoviário de Caxias.


Fontes de pesquisa: Jornal Nossa Terra; Jornal do Commércio; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto.

Imagens da publicação: Acervo do IHGC

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

1929, o ano em que a luz elétrica chegou à Caxias

Destaque do Jornal O Imparcial, de 11 de março de 1929.

Em 28/07/1929, através da firma Araújo Carvalho & Cia – cujo o principal sócio era o empresário caxiense Nachor Carvalho -, foi solenemente fincado o primeiro poste de luz elétrica de Caxias. Alguns meses antes, a Prefeitura havia assinado, com a referida firma, o contrato de instalação do serviço de luz elétrica no município que, até então, era iluminado por lampiões.

A Usina responsável pela empreitada chamava-se “Dias Carneiro”, e estava instalada à Rua Aarão Reis, no imóvel onde, anteriormente, havia funcionado a sede do jornal O Zephyro. De início, a Usina fornecia energia elétrica para 580 consumidores e para a iluminação pública na zona central da cidade. Anos depois, as suas instalações foram transferidas para o bairro Cangalheiro, e na administração do prefeito João Machado (1956/1961), foi adquirida pela Municipalidade.

Registro da solenidade de instalação do primeiro poste de luz elétrica de Caxias, em 28 de julho de 1929. Ao fundo, observa-se o edifício da Usina, à Rua Aarão Reis.

Segundo relatos, entre as décadas de 1950 e 1960, a energia fornecida pela usina era ligada às 6h e desligada às 22h, de segunda a sexta. Aos sábados, ficava ligada até às 2h da madrugada, devido às festas que eram realizadas pela cidade. A interrupção era necessária para que as caldeiras da usina pudessem descansar para poderem entrar em atividade no dia seguinte.

A Usina Dias Carneiro funcionou até a década de 1960, quando encerrou suas operações. O imóvel da Aarão Reis fora demolido e, em seu lugar, o industrial Armando Vieira Chaves ergueu sua residência (onde atualmente está instalada a Receita Federal).


Fontes de pesquisa: Jornal O Imparcial; Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Livro Cartografias Invisíveis/Diversos Autores.

Imagens: Jornal O Imparcial.