Marcello Thadeu de Assumpção

Marcello Thadeu de Assumpção nasceu em Caxias, no dia 16/01/1917; filho de Antônio Thadeu de Assumpção e Guiomar Cruz Assumpção. Em sua cidade natal, iniciou os seus estudos primários no colégio da professora Quininha Pires, prosseguindo-os em São Luis, no Seminário Santo Antônio. Contudo, percebeu que a sua vocação era outra, optando por cursar Medicina.

Dessa forma, seguiu para Salvador, onde formou-se, em 1943, aos 26 anos de idade, pela Faculdade de Medicina da Bahia. No Rio de Janeiro, especializou-se – pela Universidade do Rio de Janeiro – em Obstetrícia, Ginecologia, Pediatria, Câncer Ginecológico e Doenças da Nutrição. Na Academia de Farmácia, aperfeiçoou-se em Bacteriologia e Imunologia. Estudo do mesmo nível, em relação a doenças da pele, frequentou o Departamento Nacional de Saúde.

Após formar-se, Marcello retornou à Caxias, onde passou a atender a população da cidade, principalmente os mais humildes. Em sua carreira médica, atuou no INPS, RFSA, Hospital Miron Pedreira, FSESP, Posto de Saúde do Estado e Casa de Saúde e Maternidade de Caxias. Atendia a todos sem distinção de qualquer natureza, onde quer que fosse necessário o seu serviço, e a qualquer hora. Na cidade, fundou, em 1960, o jornal Tribuna Caxiense, onde também ocupava a função de diretor.

Seguindo a sua vocação de servir aos seus conterrâneos, o médico candidata-se, em 1955, ao cargo de prefeito – não logrando êxito nessa primeira investida. No pleito de 1962, elege-se deputado estadual, pelo PDC (Partido Democrata Cristão). E nas eleições de 1969, apoiado pelo então prefeito, Aluízio Lobo, Marcello Thadeu é eleito prefeito de Caxias, para o pleito de 1970 à 1973; tendo como vice o empresário Elmary Machado Torres. Concluído o mandato, voltou às lides eleitorais e foi eleito vereador à Câmara de Caxias, de 1977 à 1982. Em 1982, voltou a eleger-se ao mesmo cargo, onde permaneceu de 1983 à 1988.

Além da carreira médica e política, Marcello Thadeu também dedicou-se ao magistério; função que exerceu com excelência. Atuando no Colégio Caxiense, lecionou nas cadeiras de: Latim, Francês, História Natural e Ciências. Nos colégios Diocesano e São José, também deu aulas de Latim e Francês.

Muito respeitado em todos os campos em que atuava, dr. Marcello realizou diversas benfeitorias à sua cidade. Sendo que a maior de suas obras fora, sem dúvidas, a Fundação Educacional Coelho Neto (FECON), criada em 1963, com sede própria, em moderno edifício constituído de amplas instalações, onde são ofertados cursos de 1 e 2 graus, e Jardim de Infância. Gozando de alto conceito perante a comunidade e autoridades locais, a instituição de ensino, localizada à rua Cel. Libânio Lobo, funciona até os dias de hoje.

Já idoso, o médico passou a residir em um imóvel localizado na Praça Gonçalves Dias. Local onde passava horas sentado, olhando o movimento da cidade. Marcello Thadeu, que não teve filhos, faleceu em sua terra natal, no dia 02/04/2002, aos 85 anos de idade.

Marcello Thadeu em fotografia da década de 1990.

Em sua memória, a sua família fundou, em 22/01/2008, o “Memorial Humanista Dr. Marcello Thadeu de Assumpção” localizado nas dependências do Colégio Coelho Neto; cujo o objetivo é preservar todo o acervo de objetos, móveis, fotos, documentos e instrumentos médicos, que recontam a vida desse ilustre caxiense. Além disso, o médico humanista também da nome a uma avenida da cidade.


Fontes de pesquisa: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Jornal Cruzeiro; Jornal Nossa Terra; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto

Imagens da postagem: Ac. do IHGC; Jornal Cruzeiro; Jornal Nossa Terra; Ac. Aluízio Lobo

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

A Câmara Municipal de Caxias (1951/1954)

A fotografia abaixo mostra a composição da Câmara Municipal de Caxias no ano de 1951. Com eleições realizadas em fins de 1950, essa fora a 2º Legislatura do município, tendo perdurado até 1954, quando foram realizadas novas eleições. E foram estes os eleitos:


Da esquerda para direita: Cristino Nunes Gonçalves, Manoel Pinto da Mota, Luiz Gonzaga Bayma Pereira (2º mandato), Anísio Vieira Chaves, Antônio Enedino Lopes de Araújo (Presidente), Enoque Torres da Rocha, Floriano Pereira de Araújo e Silva, Oscar Wilson de Cantuária Belo e José Waldemar Labre de Lemos (2º mandato).


No registro acima, também é possível observar como eram as antigas instalações da Câmara Municipal. Na década seguinte, durante a administração do prefeito Aluízio Lobo, os prédios do Poder Público de Caxias passaram por amplas reformas.


Fonte de Pesquisa: Livro de Milson Coutinho.

Imagem da publicação: Acervo do IHGC

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Aluízio Lobo

Filho do comerciante Anfrísio Leandro e de d. Rosina Frazão de Abreu Lobo, Aluízio de Abreu Lobo nasceu em Caxias, a 02/03/1917. Era irmão de Geofredo, Anfrísio, Florita, Nilza e Carmosina Lobo. Sua formação escolar primária foi cursada no Grupo Escolar João Lisboa e concluída em 1931. A formação Ginasial foi no Colégio Caxiense, em 1940, instituição onde concluiu os estudos.

Em sua vida profissional, foi Serventuário da Justiça, nomeado pelo Governo do Maranhão, e, em seguida, foi aprovado em concurso público em 1940. No ano seguinte, é nomeado Serventuário Vitalício da Justiça pelo então Interventor Federal do Maranhão em Caxias. Decidido em seguir a carreira militar, é promovido pelo 24 Batalhão de Caçadores de São Luis, em 1946, de Aspirante a Oficial do Exército Brasileiro no posto de 2 Tenente da Arma de Infantaria, de 2 classe. De volta a Caxias, ocupa o cargo de Diretor do Tiro de Guerra, de 1946 a 1968.

Tenente Aluízio Lobo, na década de 1940.

Aluízio – junto a sua primeira companheira, d. Creusa Lopes Medeiros -, residia no bairro Ponte, na localidade conhecida como “Cantinho do Céu”. Ali o tenente recepcionava, em seu confortável imóvel, diferentes autoridades, quando de passagem por Caxias. O então Governador José Sarney e o Deputado Alexandre Costa, eram figuras recorrentes. A residência ainda ostentava um grande riacho com cachoeira.

Com o golpe militar de 1964, Tenente Aluízio, que visava entrar na vida política, candidata-se a prefeitura de Caxias, tendo como vice, o médico José Brandão. Em sua campanha utilizou o inesquecível jingle composto pelo professor e vereador “Poeta” (Francisco de Assis): Avante, Aluízio Lobo! Que tinha a seguinte letra:

Avante, Aluízio Lobo/Avante, vem sem demora/Avante, Aluízio Lobo, tu és o candidato da vitória//Alô, caxiense, alô/No dia quinze votar eu vou/Em Aluízio que será o vencedor!”.

Com um tom de voz autoritário e de personalidade forte e impulsiva, os comícios de Aluízio Lobo eram uma atração à parte. Em uma época onde a fiscalização de eventos políticos não era tão rígida, em seus comícios, Aluízio colocava sanfoneiros para animar o povo presente, e realizava, ainda, a distribuição de diversos brindes; alguns, diga-se de passagem, questionáveis. Certa feita, durante um comício, a população começou a alarmar que uma casa, nas proximidades, estava pegando fogo. Aluízio, já inflamado pelo calor do momento (com perdão do trocadilho), ao saber da situação, gritou aos eleitores: “Amanhã mesmo mando fazer outra casa!”. As palmas não foram economizadas.

Com uma campanha popular, Aluízio Lobo consegue ser eleito. Logo após a divulgação do resultado da votação, Aluízio proferiu um emocionado discurso à população. Após, o povo saiu em passeata pelas ruas da cidade, carregando nos braços o novo prefeito e o seu vice, os quais, de mãos dadas, recebiam a aclamação dos caxienses. A passeata encerrou na sede da União Artística, onde Aluízio ofereceu um baile ao povo.

Edição do jornal O Combate, de 1965, noticia a vitória de Aluízio Lobo.

No ano seguinte, em 31 de janeiro de 1966, Aluízio assume a prefeitura de Caxias, onde ficou até 1970. Em sua administração, fez diversos melhoramentos urbanos na cidade, como construções de praças, aberturas de vias e novos bairros; expandindo a cidade. Candidatou-se novamente em 1976. Eleito, fora empossado em 31 de janeiro de 1977. Contudo, acabou renunciando em 27/06/1980, para assumir como Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Atitude que acabou levantando questionamentos, com afirmações de que a sua renúncia fora premeditada, sendo eleito apenas para que seu vice, Numa Pompílio, assumisse a Prefeitura de Caxias.

Diploma de Prefeito (Primeiro Mandato).

Em 1983, voltou a política como Deputado Estadual, permanecendo até 1987 no cargo, período em que passa a residir em São Luis. Foi de sua iniciativa a aquisição da Fábrica de Manufatura para a instalação do Centro de Cultura, com Escola de Música, Teatro e Artesanato. Em 1990, é nomeado Diretor Executivo da Fundação Memória Republicana pelo Presidente da República, José Sarney.

Santinho da candidatura de Aluízio Lobo, para Deputado Estadual.
Aluízio Lobo, em foto do início dos anos 2000.

Aluízio Lobo foi sócio Honorário da União Artística Operária Caxiense e Membro da Maçonaria. Além disso, através de decreto do Presidente da República, recebeu a comenda no grau de Cavaleiro, pelos serviços prestados ao Exército, bem como incontáveis diplomas emitidos por diversas instituições nacionais e internacionais.

Com um histórico político amado por uns e odiado por outros, Aluízio de Abreu Lobo faleceu no dia 14/08/2012, em São Luis, aos 95 anos de idade.


Fontes de pesquisa: Livro Vulto Singular, Em Meio A Ricos Mosaicos/Autor: Libânio da Costa Lôbo/Ano: 2003; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto/Ano: 2020; Jornal O Combate.

Imagens da publicação: Acervo do IHGC; Livro Vulto Singular, Em Meio A Ricos Mosaicos; Internet.

Alcindo Guimarães

Alcindo, durante a década de 1940.

Alcindo Cruz Guimarães, engenheiro civil, parlamentar, historiógrafo, jornalista, orador fluente e de grandes recursos literários; nasceu em Caxias, no dia 25 de setembro de 1890. Filho do capitão José Ferreira Guimarães Junior e de d. Corina da Cruz Guimarães. Neto do industrial português José Ferreira Guimarães, era irmão de Nilo da Cruz Guimarães (pai da atriz global Gloria Menezes).

Concluiu, em 1927, pela “Escola Polytechinica” do Rio de Janeiro, o curso de engenharia civil. Em 1933, após a exoneração de João Batista de Moura Carvalho, foi nomeado prefeito de Caxias pelo interventor federal do MA, permanecendo no cargo até 1934. Retornando em 1937, também por nomeação do interventor Paulo Ramos, afastando-se do cargo em 1941, a pedido.

Foi deputado estadual, exercendo a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do MA. Foi denotado pesquisador da História do MA e pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Também foi um dos membros fundadores do Cassino Caxiense, no ano de 1934.

Era esposo de d. Neném Guimarães. Como educador, fundou e foi professor de colégios em Caxias (A exemplo do Ginásio Caxiense), notabilizando-se como professor de Matemática.

Alcindo Guimarães faleceu no Rio de Janeiro, para onde se mudara e tinha fixado residência.


Imagem da publicação: Álbum do Maranhão de 1950.

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014; Jornal “Pacotilha”; Jornal “O Combate”.