Preguinho, o craque, filho de Coelho Netto

Preguinho. Década de 1930.

João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, em 08/02/1905, filho do escritor caxiense Coelho Netto e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto.

Seu pai desejava que um de seus 14 filhos se tornasse esportista; decidindo que o escolhido seria o seu décimo segundo filho, João Coelho Netto. Para o filho, escolheu a natação por ser a modalidade mais tranquila dentre os esportes aquáticos.

Casa onde nasceu Preguinho, na atual Rua Coelho Netto, no Rio de Janeiro.

Então, quando o filho completou cinco anos de idade, Coelho agarrou-o pelos braços e jogou-o na piscina. “Eu esperava que ele nadasse, mas afundou como um prego”, lembrava o inventor do querido apelido do Rio de Janeiro, A Cidade Maravilhosa . A partir desse momento, João passou a ser conhecido como ‘Prego’, ou pelo seu diminutivo “Preguinho”.

Surpreendentemente, aquele incidente não afastou a criança da água. Mano (Emanuel Coelho Netto), seu irmão mais velho, que Coelho reservou para uma carreira na literatura, costumava nadar nos mares do Rio em todas as oportunidades. João foi, inicialmente, vigiar Mano, mas, com medo de que o irmão que idolatrava o considerasse fraco, começou a nadar, e percebeu que era rápido.

Emanuel Coelho Netto (Mano), irmão de Preguinho.

Com apenas 18 anos, e 1,76 m de altura, Preguinho sagrou-se campeão carioca de 600 metros de natação. Dois anos depois, em 19 de abril de 1925, ele conquistou o título pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez, porém, Preguinho não esperou para receber a medalha. Ele nem teve tempo de se secar e vestir uma cueca, em vez disso puxou apressadamente um short por cima do calção encharcado e correu pelo Rio para fazer sua estreia no futebol pelo Fluminense.

A sua estreia em partidas foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Antes dessa partida, o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano (que também virou futebolista), que falecera, aos 24 anos, em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago ocorrida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.

“A lenda é, dizem alguns, que ele ia da praia de Botafogo às Laranjeiras de táxi”, disse Argeu Affonso, jornalista e melhor amigo de Preguinho por 40 anos, ao programa Esporte Espetacular da Globo. “Outros dizem que ele chegou de bicicleta. E outros dizem – os mais fanáticos – que ele saiu correndo. ” O certo é que Preguinho ajudou o Fluminense a conquistar o “Torneio Início” e mais seis troféus em uma carreira futebolística de 14 anos com o clube. O casamento de Preguinho com o Fluminense começou muito antes dele começar a usar a camisa Tricolor . Fundado por Oscar Cox e outros integrantes da elite carioca, em 1902, Coelho Netto, cuja casa de família ficava bem em frente à sede do clube, tornou-se fã instantâneo. Quando sua esposa Maria engravidou de Preguinho em 1904, Coelho inscreveu o filho, não nascido, no clube.

“Eu amo o Fluminense desde que me lembro”, disse Preguinho mais tarde. “Não conseguia falar direito e o Fluminense estava na minha alma, no meu coração e no meu corpo”. Preguinho, jogando no Fluminense, terminou, por duas vezes, como artilheiro do “Campeonato Carioca”, apesar de jogar não só no ataque, mas também no meio-campo, na lateral esquerda e atrás do atacante.

Preguinho vestindo o uniforme do Fluminense. Década de 1920.

Sua versatilidade vai além dos campos de futebol. Preguinho conquistou, inacreditavelmente, 387 medalhas pelo clube em dez esportes: futebol, natação, basquete – continua em segundo lugar na lista de artilheiros de todos os tempos – mergulho, hóquei em patins, remo, tênis de mesa, atletismo, vôlei e polo aquático.

Preguinho jogando pela Seleção Brasileira. Década de 1930.

Preguinho é mais lembrado por algo que conquistou não com o vermelho, branco e verde do Fluminense, mas com o, então, branco e azul do Brasil, uniforme da primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1930. Foi nessa Copa que Preguinho, capitão do time, entrou de vez para a história do futebol, ao marcar o primeiro gol do Brasil em uma Copa do Mundo.

Seleção brasileira que entrou em campo para enfrentar a Iugoslávia na Copa do Mundo de 1930, primeiro jogo do time nacional em um mundial. No final, a seleção européia venceu por 2 a 1. Preguinho marcou o primeiro gol brasileiro em uma copa do mundo nesta ocasião. Em pé (da esquerda para direita): o técnico Píndaro de Carvalho, Brilhante, Fausto, Hermógenes, Itália, Joel e Fernando; ajoelhados (da esquerda para direita): Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Teóphilo.

“Já escrevi mais de 100 livros, mas ainda sou conhecido na rua como o pai do Preguinho”

Disse, certa vez, Coelho Netto.

Preguinho. Década de 1970 (provavelmente).

Preguinho faleceu no Rio de Janeiro, em 01/10/1979, aos 74 anos de idade, vítima de problemas pulmonares. Em 2020, o Fluminense realizou a restauração do busto de Preguinho, que está instalado na sede do clube, em Laranjeiras.

Em 2010, o programa “Esporte Espetacular” fez uma reportagem especial sobre o jogador, assista abaixo:


Imagens da publicação: Internet; Site “Livro Preguinho Fluminense; © Getty Images; Fluminense F.C.; Site “Terceiro Tempo”; Rede Globo.

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Site oficial da FIFA.

Alcindo Guimarães

Alcindo, durante a década de 1940.

Alcindo Cruz Guimarães, engenheiro civil, parlamentar, historiógrafo, jornalista, orador fluente e de grandes recursos literários; nasceu em Caxias, no dia 25 de setembro de 1890. Filho do capitão José Ferreira Guimarães Junior e de d. Corina da Cruz Guimarães. Neto do industrial português José Ferreira Guimarães, era irmão de Nilo da Cruz Guimarães (pai da atriz global Gloria Menezes).

Concluiu, em 1927, pela “Escola Polytechinica” do Rio de Janeiro, o curso de engenharia civil. Em 1933, após a exoneração de João Batista de Moura Carvalho, foi nomeado prefeito de Caxias pelo interventor federal do MA, permanecendo no cargo até 1934. Retornando em 1937, também por nomeação do interventor Paulo Ramos, afastando-se do cargo em 1941, a pedido.

Foi deputado estadual, exercendo a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do MA. Foi denotado pesquisador da História do MA e pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Também foi um dos membros fundadores do Cassino Caxiense, no ano de 1934.

Era esposo de d. Neném Guimarães. Como educador, fundou e foi professor de colégios em Caxias (A exemplo do Ginásio Caxiense), notabilizando-se como professor de Matemática.

Alcindo Guimarães faleceu no Rio de Janeiro, para onde se mudara e tinha fixado residência.


Imagem da publicação: Álbum do Maranhão de 1950.

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Fonte: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014; Jornal “Pacotilha”; Jornal “O Combate”.

Coelho Netto

Coelho Neto, década de 1920

Henrique Maximiano Coelho Netto nasceu em 1864, em Caxias, na Rua da Palma, que hoje tem o seu nome, na casa número 07, atualmente sede do Centro Artístico e Operário Caxiense. Filho do português Antônio da Fonseca Coelho com a índia Ana Silvestre Coelho, que mudaram-se do Maranhão para o Rio de Janeiro quando o filho contava apenas com seis anos de idade.


Estudou no Colégio Pedro II, onde realizou os cursos preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina, que abandonou em seguida, matriculando-se em 1883 na Faculdade de Direito de São Paulo. No curso jurídico, Coelho Neto expande suas revoltas, logo se envolvendo no movimento de alunos contra um professor e, para evitar represálias, transfere-se para a faculdade do Recife, e ali conclui o primeiro ano tendo por principal mestre Tobias Barreto.

Coelho Netto, em seu escritório no Rio de Janeiro. Década de 1930.
Coelho Neto e sua esposa posam ao lado de um pau-brasil, plantado por eles na horta do Serviço Florestal, em 1931.

Após este lapso, retorna para São Paulo, e logo participa de movimentos abolicionistas e republicanos, entrando em choque com os professores, não chegando a concluir o curso. Em junho de 1899 visitou a capital maranhense e sua cidade natal, sendo alvo de expressivas homenagens. Na política tornou-se deputado federal pelo estado natal, em 1909, reeleito em 1917. Ocupou ainda diversos cargos, e integrou diversas instituições culturais.

No Rio de Janeiro, casou-se, em 1890, com a professora de música Maria Gabriela Brandão. Dentre os filhos do casal, estava: João Coelho Neto (Preguinho). Que, anos mais tarde, tornar-se-á um importante nome do futebol brasileiro.


Ocupante da cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras, da qual foi fundador e presidente, é portanto número 22 da Academia Caxiense de Letras, denominada “Casa de Coelho Neto”.

Membros da Academia Carioca de Letras, durante a posse de Francisca Bastos Cordeiro, em 1931. Coelho Neto é o sexto, da esquerda para direita, dos que estão sentados.
Grupo de literatos em que se destacam as figuras do escritor caxiense Coelho Netto (primeiro da esquerda para direita) e Medeiros e Albuquerque (segundo da direita para esquerda), reunidos em um bar localizado na Av. Rio Branco – Rio de Janeiro, em 1910.


A Coelho Neto devem as cidades de Teresina e Rio de Janeiro os epônimos de “Cidade Verde” e “Cidade Maravilhosa”, respectivamente. O escritor faleceu no Rio, em 1934, aos 70 anos. É na antiga capital da República, que estão enterrados os seus restos mortais.


Fontes: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014; Sites: Wikipédia e Portal São Francisco

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto

Imagens da publicação: Internet; Revista O Cruzeiro (RJ); Site “Livro Preguinho Fluminense e Página do Instagram: Rio Antigo. 

Osmar Rodrigues Marques

Ano da fotografia: Década de 1950, provavelmente.

Osmar Rodrigues Marques foi um escritor ativo, que, além de escrever constantemente, promovia eventos literários. Nasceu em Caxias, no dia 23 de janeiro de 1929.

Na sua terra viveu a infância e publicou seu primeiro conto, aos doze anos de idade. Sua família era humilde –  a mãe era doceira e dona de casa e o pai, marceneiro e apicultor –  e era composta por mais quatro irmãos. Aos 21 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, com o intuito de alcançar um curso superior. Lá, apesar das dificuldades financeiras, superadas também com o apoio do irmão, conseguiu empregar-se e formar-se em Direito.

Na então Capital Federal, fundou a Editora Caminho e promoveu o Festival de Poetas Inéditos. Deixou diversos livros de romances, contos e novelas. Também era artista plástico, onde ele próprio fazia a capa de seus livros. Recebeu diveros prêmios literários e comendas pelo Brasil.

Osmar Marques realiza sessão de autógrafos em seu livro “Linha do Vento”, no ano de 1963, no Cassino Caxiense.
Imagem: Acervo de Lucinha Marques (sobrinha de Osmar).

É membro fundador da Cadeira n. 10, da Academia Caxiense de Letras.

Osmar Marques faleceu em Niterói – RJ, no dia 26 de agosto de 1999.



Fontes: Thania Damasceno/Blog Revista Binóculo; Academia Caxiense de Letras

Restauração e Colorização: Brunno G. Couto