De tradicional família caxiense, Maria Alice Castelo Cordeiro tinha 18 anos idade quando, em 1956, foi eleita Miss Maranhão, em cerimônia realizada no Teatro Arthur Azevedo, em São Luis. A jovem de 1,61 m de altura; 60 cm de cintura; 84 cm de busto; 91 cm de quadris; 50 cm de coxa; 52 kg; sobrepujou três candidatas de admirável beleza.
À época, a jovem caxiense de cabelos e olhos castanhos, filha de Antônio Cordeiro Sobrinho e Alice Castelo Cordeiro, havia acabado de concluir o curso Ginasial, falava inglês e estava indecisa sobre a faculdade que iria cursar. Sendo eleita Miss Maranhão, o curso natural era que Maria Alice rumasse ao Rio de Janeiro para o concorrer a vaga de Miss Brasil. E assim se dera.
O disputadíssimo concurso de Miss Brasil era promovido pelo Diário de Associados (conglomerado de propriedade de Assis Chateaubriand, o Chatô), e, em 1956, estava agendado para ocorrer no dia 16 de junho, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis.
Chegado o esperado dia, Maria Alice, junto a mais 21 jovens, fora recebida com pompa e elegância no local da cerimônia. Após os desfiles das candidatas, em diferentes trajes, o resultado fora emitido. Infelizmente, a caxiense não conseguiu o sonhado título de Miss Brasil, sendo eleita a representante do Rio Grande do Sul, Maria José Cardoso.
Além de ter sido a primeira caxiense a conquistar o título de Miss Maranhão, Maria Alice, também é a segunda Miss Maranhão da história, tendo em vista que a primeira vencedora é do ano anterior. Posteriormente, mais duas caxienses conquistaram o título de Miss Maranhão, sendo elas: Tereza Francisca Barros Torres, em 1977; e Ingrid Pereira Gonçalves, em 2013.
Atualmente, Maria Alice Castelo Cordeiro vive em São Luis (carece de fontes), sendo recorrentes as suas visitas a sua cidade natal durante a realização da tradicional festa da Velha Guarda Caxiense.
Fontes de pesquisa: O Jornal (RJ); Diário da Noite (RJ); Revista Manchete (RJ); Imprensa Popular (RJ); Livro Cartografias Invisíveis/Diversos Autores.
Imagens da publicação: Diário da Noite (RJ); O Jornal (RJ); Revista Manchete (RJ); Reprodução TV Guanaré.
Em 28/07/1929, através da firma Araújo Carvalho & Cia – cujo o principal sócio era o empresário caxiense Nachor Carvalho -, foi solenemente fincado o primeiro poste de luz elétrica de Caxias. Alguns meses antes, a Prefeitura havia assinado, com a referida firma, o contrato de instalação do serviço de luz elétrica no município que, até então, era iluminado por lampiões.
A Usina responsável pela empreitada chamava-se “Dias Carneiro”, e estava instalada à Rua Aarão Reis, no imóvel onde, anteriormente, havia funcionado a sede do jornal O Zephyro. De início, a Usina fornecia energia elétrica para 580 consumidores e para a iluminação pública na zona central da cidade. Anos depois, as suas instalações foram transferidas para o bairro Cangalheiro, e na administração do prefeito João Machado (1956/1961), foi adquirida pela Municipalidade.
Segundo relatos, entre as décadas de 1950 e 1960, a energia fornecida pela usina era ligada às 6h e desligada às 22h, de segunda a sexta. Aos sábados, ficava ligada até às 2h da madrugada, devido às festas que eram realizadas pela cidade. A interrupção era necessária para que as caldeiras da usina pudessem descansar para poderem entrar em atividade no dia seguinte.
A Usina Dias Carneiro funcionou até a década de 1960, quando encerrou suas operações. O imóvel da Aarão Reis fora demolido e, em seu lugar, o industrial Armando Vieira Chaves ergueu sua residência (onde atualmente está instalada a Receita Federal).
Fontes de pesquisa: Jornal O Imparcial; Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Livro Cartografias Invisíveis/Diversos Autores.
Seleção Caxiense que, em 1947, consagrou-se campeã do Campeonato de Futebol do Interior Maranhense, ao abater os conjuntos de Coroatá, por 15×4; Rosário, por 5×0; e Pedreiras, por 4×2. Por sua notável atuação, no ano seguinte o jovem zagueiro Mourão fora contratado pelo Moto Club, de São Luis.
O time tinha como técnico o sr. João Costa, e como enfermeiro, Vitorino. O deputado Abreu Sobrinho e o advogado Jonas Cavalcanti eram os diretores do clube.
Fontes de pesquisa: Revista Esporte Ilustrado (RJ); Jornal Diário de São Luiz.
Filho do português Antônio da Fonseca Coelho e de d. Ana Silvestre Coelho, Henrique Maximiniano Coelho Netto nasceu, em 21/02/1864, nesta residência à Rua da Palma (Atual, R. Coelho Neto), n. 04, no centro de Caxias. Nela viveu até os seis anos de idade, quando vai morar com a família no Rio de Janeiro.
Coelho Neto só retorna à Caxias, em 24/06/1899. Onde, já um intelectual aclamado, é recebido, por autoridades e pelo povo, com uma grande festividade. Na oportunidade, desejando relembrar suas raízes caxienses, Coelho Neto visita a sua antiga casa à rua que já levava o seu nome. O imóvel, àquele ano, era ocupado por uma senhora chamada Firmina Maria Pinho. Ali, Coelho Neto deu uma longa palestra sobre sua infância.
Por volta da década de 1930, a casa onde nascera Coelho Neto fora demolida para a construção da sede do Centro Artístico e Operário Caxiense, sendo inaugurado em 1932. Mais de trinta anos depois, o imóvel passa por nova reforma, onde recebe as feições que preserva até os dias de hoje.
Fontes de pesquisa: Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto.
Na transição do século XIX ao XX, com a inauguração da Estação Férrea (São Luis – Teresina), fez-se necessária a construção de uma via que possibilitasse um melhor acesso dos passageiros até a cidade, bem como para a uma prática movimentação da produção oriunda da fábrica de Manufatura (Atual, Centro de Cultura). Essa ideia só veio a tomar forma quando fora constituída uma comissão de cidadãos influentes que tomaram frente da futura obra. A comissão esperava contar com o auxílio ou interferência da prefeitura, o que acabou não ocorrendo.
Dessa forma, conforme noticiou um jornal da época, a referida comissão: “saiu à rua, sacola em punho, solicitando o auxílio monetário de nosso povo. (…) o contribuinte (que já pagava excessivos impostos) estranhou a solicitação, mas, afinal, pagou…”.
Assim sendo, em 1922, na administração do prefeito Francisco Vila-Nova, fora assentada a pedra fundamental da nova via. Sob o nome de Avenida Independência (em virtude da ligação que fazia à Praça do Panteon que, à época, chamava-se Praça da Independência) foram iniciadas as obras. Devido a falta de verba, a construção fora paralisada, sendo realizada nova coleta junto ao povo. Tempos depois, mesmo como a construção da via as manutenções que deveriam ser constantes não eram realizadas. Como aquela área quase não era habitada, o mato tomava de conta, chegando a alcançar a avenida.
A verdade é que, até 1931, a construção da avenida ainda não havia sido devidamente finalizada, sendo popularmente conhecida como “Avenida duma banda só”. O que levou ao interventor João Guilherme de Abreu, àquele ano – após as constantes reclamações -, a, enfim, dar início aos serviços de conclusão da obra. Em homenagem ao governador e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assassinado no ano anterior, João Guilherme renomeia, em 23/06/1931, a via para: Avenida João Pessoa.
É durante a administração do prefeito Alcindo Cruz Guimarães (1937/1941), que a avenida é alargada, bem como é construída uma extensa muralha ligando a Estação Férrea até a praça dos poderes e comércio (onde estavam os prédios da Prefeitura, Mercado Municipal, Fábrica Têxtil etc.). A longa estrutura também servia para conter a volumosa mata que circundava a via. Além disso, em 1941, no dia da chegada de Dom Marelim à Caxias pela Estação, a estrutura serviu como “arquibancada” para os que buscavam uma visão privilegiada do clérigo.
Com o início da urbanização daquela área, no final da década de 1940 e início de 50, muitos imóveis e estabelecimentos começaram a ser construídos nas redondezas, o que levou à demolição da muralha, que era incompatível com essa expansão urbana.
Posteriormente, a via recebeu diversas melhorias, tendo, em 19/03/1948, o seu nome alterado para Avenida Getúlio Vargas, o qual permanece até os dias de hoje.
Fonte de pesquisa: Revista Athenas; Jornal Voz do Povo;Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto; Internet.
Há algum tempo, chegou a meu conhecimento a informação de que dois músicos da famosa banda Placa Luminosa são caxienses. Sabendo disso, fui atrás de informações precisas para postar aqui no site. Durante a busca, acabei encontrando o perfil do guitarrista da referida banda, Ribah Nascimento (in memoriam), conterrâneo gente fina que, após o meu contato, me forneceu algumas das informações que, junto a outras pesquisas, integram o post abaixo:
Filhos de Antônio Nascimento e de d. Lucimar (ambos falecidos), José de Ribamar (Ribah) e José de Arimateia (Ari) Nascimento nasceram em Caxias. Seu Antônio era proveniente do povoado Marruá, e d. Lucimar era natural de Santa Quitéria. O casal, junto aos seis filhos (três homens e três mulheres), residia à Rua 7 de Setembro, s/n, na Tresidela. Foi em Caxias, que os jovens passaram os primeiros anos da juventude.
Ribah e Ari, junto ao irmão caçula, adoravam pular da antiga ponte de madeira no rio Itapecuru. O riacho do Ponte e o balneário Veneza, também eram locais de visitas constantes dos irmãos. Na década de 1950, chegado o momento de iniciar a vida estudantil, o pequeno Ribah (filho mais velho) cursa o primário no Grupo Escolar Gonçalves Dias (Onde, posteriormente, funcionou a Casa de Justiça). Finalizada essa fase, cursa a primeira e segunda série do ginásio no Colégio Diocesano São Luis de Gonzaga (Atual, Centro de Ensino Cônego Aderson Guimarães Junior).
Com a fundação de Brasília, em 1960, muitas famílias de todo o Brasil foram residir na nova capital da República. E com a família Nascimento não fora diferente. Em 1964, o patriarca Antônio resolve se mudar com toda a família para Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal. Na nova cidade, os filhos dão continuidade aos estudos. Com a conclusão do ensino médio, Ribah começa a cursar Arquitetura na UnB, e Ari, Matemática (na mesma instituição).
Na década de 1960, com a beatlemania fazendo a cabeça dos jovens do mundo todo, e a Jovem Guarda, com seu “iê-iê-iê” tocando nas rádios brasileirias, surge o interesse nos irmãos, Ribah e Ari, de montar uma banda (Em Caxias, os dois não chegaram a integrar nenhum conjunto musical, haja vista ainda serem muito jovens para a empreitada).
Assim, por volta de 1967, integram o grupo de “iê-iê-iê” Os Quadradões, que tinha em sua formação: Ari, Ribah, Mário Lúcio, Teteia, Baixinho, Castelo Riba, Wandinha, Edd Camargo e Paulo. De relativo sucesso, em 1969 o grupo chegou a gravar um LP contendo doze faixas.
Em 1969, ainda em Taguatinga, Mário Lúcio (sax), Ribah Nascimento (guitarra), Ari Nascimento (baixo), Castelo (vocais), Edd Carmo (bateria) e Eurípedes Rosa (teclados) resolvem fundar uma nova banda; e assim nasceu a Samtrópus. Conjunto muito influenciado pela música negra americana, como James Brown, Wilson Picket e Aretha Franklin. A banda ficou em atividade até a primeira metade da década de 1970.
Em 1974, Ribah (guitarra e vocal) e Ari (baixo e vocal) juntam-se a Jessé (vocal solo e teclados) e Paulo Rosback (bateria) e formam uma nova banda. Vale ressaltar que, apesar de Jessé ter nascido em Niterói (RJ), ele fora criado em Brasília, onde veio a conhecer os irmãos Nascimento. Esse novo conjunto tocou durante quase um ano no restaurante “Panela de Barro”, no Setor Comercial Sul de Brasília, usando o nome Placa Luminosa.
Ribah foi o responsável pela escolha do nome do grupo, que fora feita a partir de uma canção de Zeca Bahia, de nome Placa Luminosa, vencedora de um festival estudantil com a interpretação de uma banda da cidade, chamada Os Matuskelos.
Em janeiro de 1975, buscando alçar voos maiores, o Placa Luminosa chega a São Paulo, já com Luizão na bateria, para integrar a banda Corrente de Força, grupo que estava sendo formado por Pique Riverte que deixava o Casa das Máquinas. Como o nome do novo grupo já estava definido, a banda resolveu guardar o nome que vinha utilizando para uma futura oportunidade. Devido à qualidade musical que apresentava, o Corrente de Força, logo chamou a atenção do público e da mídia.
Pela RCA, lançaram um compacto simples com a canção “Sino Sinal Aberto”, composta por Clodo Ferreira, que fora, àquela época, uma das músicas das mais tocadas nas rádios; levando a banda a participar de programas de televisão.
Com o sucesso, o grupo chegou a abrir show dos Mutantes, tocou com Chrystian (que depois formou dupla com o irmão Ralf) e fez uma pequena turnê, por algumas cidades de São Paulo, com Achie Bell & The Drells, banda americana de R&B.
Ao final de 1976, Ribah, Ari, Jessé e Luizão resolvem deixar o Corrente de Força para formar o Placa Luminosa (voltando a utilizar o antigo nome), em janeiro de 1977. Juntando-se a banda o músico, Mário Lúcio (sax, da extinta banda Os Quadradões). E, após a gravação do primeiro LP, Manito (ex Incríveis) também passou a integrar o grupo. A gravação do LP da RGE teve como destaque, além da inclusão de “Sino Sinal Aberto”, a canção de Clodo Ferreira e Zeca Bahia, “Velho Demais”, música que entrou na trilha sonora da novela da Rede Globo, Sem Lenço e Sem Documento.
Com a chegada no ano de 1980, Jessé resolve deixar o grupo para participar do Festival MPB Shell, da Rede Globo, onde ganha o prêmio de melhor intérprete com a inesquecível canção “Porto Solidão”, do compositor Zeca Bahia. Com a saída do vocalista, o Placa Luminosa passa por momentos difíceis. Até que, em 1981, já com Fabinho e Marcos Castro nos vocais, a banda grava o LP Neon, disco que é considerado um marco na carreira da banda. Nesse mesmo ano, recebem vários convites para participação em shows de Tim Maia e Erasmo Carlos. É do caxiense Ribah a guitarra da música “Do Leme ao Pontal” de Tim Maia.
Já consagrada, em 11 de janeiro de 1985, Placa Luminosa é o primeiro grupo de músicos brasileiros a subir ao palco da primeira edição do Rock in Rio, ao lado de Ney Matogrosso, durante a abertura do festival (vídeo abaixo):
Placa Luminosa acompanha Ney Matogrosso, durante a abertura do Rock in Rio.
Partindo de uma nova formação com: Luizão (bateria), Ribah Nascimento (guitarra), Ari Nascimento (baixo), Mário Lúcio (sax), Marcos (vocal) e William San’tanna (vocal), e com a versão de Just To See Her de Smokey Robinson (“Mais Uma Vez”, feita por Rosana Herman), veio finalmente o sucesso nacional. Os anos seguintes, 1988/1989, foram a consolidação do sucesso nacional com a inclusão de “Fica Comigo” (Tomas Roth / A. Sacomanni) na trilha de Top Model (Rede Globo) e em seguida “Ego” (A. Sacomanni / F. Arduini) na novela Mico Preto, também da Rede Globo. Uma fase coroada com o Prêmio Sharp, daquele ano de 1989, de melhor grupo de música popular do país.
Nos anos 2000, a banda gravou outros álbuns, e, em 2006, o DVD “Placa Luminosa 30 anos”. Em 2019, realizaram uma turnê junto a banda Rádio Táxi. Em maio de 2020, a banda sofre uma grande baixa, falece um de seus fundadores, o baterista Luizão Gadelha.
P.S.: No dia 14/03/21, o caxiense Ribah Nascimento, quem eu entrevistei para a produção dessa matéria, faleceu vítima da Covid-19, tinha 71 anos. Até o seu falecimento, o músico, ao lado do irmão, ainda fazia parte da banda que havia fundado há mais de quarenta anos. Ribah residia em Brasília, e Ari, atualmente, reside em São Paulo. Eles tem mais dois irmãos músicos: Bisa Nascimento, que é cantora e realiza apresentações em Uberlândia (MG), cidade onde reside; e o caçula, Mano Nascimento, baterista.
Fontes de pesquisa: Site oficial da banda Placa Luminosa; Depoimento de Ribah Nascimento; Marechal; Xico Ramos; Facebook.
Imagens da Publicação: Jornal Correio Braziliense; Site oficial da banda Placa Luminosa; Acervo de Ribah Nascimento; Reprodução TV Gazeta.
Frederico Pires Chaves nasceu em 11/05/1910, na cidade de Parnaíba (PI), filho de José Figueira Chaves e Cassiana Pires de Sampaio Chaves. Aos 11 anos de idade, entrou para o Seminário de Santo Antônio, em São Luis, sendo depois transferido, por motivo de saúde, para o Seminário Santa Teresa, na Bahia.
Em 28/05/1933, recebeu a Sagrada Tonsura (Corte de cabelo redondo, no topo da cabeça, conferido pelo Bispo aos eclesiásticos que obtiveram o primeiro grau de clericato). No Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi ordenado Presbítero antes de concluir seu curso, pelo Exmo. Sr. D. Augusto Álvaro da Silva, em 01/11/1934, celebrando a sua primeira Missa no dia seguinte.
De volta ao Maranhão, em 16/12/1934 – na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em São Luis -, celebrou a sua Missa Nova, sendo pregador da grande solenidade o caxiense Arias Cruz, Cônego. Em 08/02/1935, quando de volta de sua cidade natal, foi nomeado pelo Exmo, Monsenhor Vigário Geral, Felipe Conduru Pacheco, coadjutor das Paróquias de São Benedito, São José e Nossa Senhora de Nazaré, em Caxias.
Em Caxias, permaneceu por dois anos, trabalhando com dedicado empenho na instrução religiosa do povo caxiense e das populações rurais, em árduas visitas paroquiais, prestando o seu valioso apoio à educação da juventude de nossos colégios. Exerceu importante papel quando da realização do Congresso Eucarístico e Sacerdotal, realizado na princesa do sertão, em 1937. Ficou responsável, juntamente a Mons. Gilberto Barbosa, na organização do evento, que reuniu mais de cinco mil fiéis do Maranhão e Piauí.
Quando Coadjutor das Paróquias de Caxias, o Padre Frederico Chaves cooperou com generoso auxílio para a aquisição de máquinas e outros materiais gráficos para ampliar as oficinas onde fora editado o jornal caxiense, Cruzeiro.
Em julho 1937, por provisão de Dom Carmelo de Vasconcelos Mota, foi nomeado procurador das obras das Vocações Sacerdotais, Assistente Arquidiocesano da Ação Católica e Capelão do Hospital Geral, em São Luis. De volta a capital do estado, passa a residir no Seminário, onde ainda lecionou Português e Latim ao 1 ano.
Posteriormente, exerceu diferentes cargos eclesiásticos em São Luis, até receber, em 15/08/1950, pela Santa Sé, o título de Camareiro Secreto do Santo Padre Pio XII. Em abril de 1956, foi nomeado Cura da Catedral, tendo se tornado, mais tarde, Arcipreste do Cabido Metropolitano.
Em 15/02/1964, Mons. Frederico Chaves, em plena Rua de Nazaré, em São Luis, foi acometido de violente colapso cardíaco, sendo dali transportado para o Pronto Socorro, onde já chegou sem vida. Faleceu aos 53 anos de idade.
Caxias, cidade a qual o clérigo deu significativas contribuições, o homenageou dando o seu nome a uma escola que ficava localizada ao lado da Praça Vespasiano Ramos (Prédio onde atualmente funciona um hospital).
Fontes de pesquisa: Jornal do Maranhão; Jornal Cruzeiro.
Filho de André de Sousa Neto e Maria de Moura de Araújo, Edvá Moura de Araújo nasceu em 15 de dezembro de 1956, em Santa Cruz do Piauí. Veio para Caxias, em 1967, aos dez anos de idade. Na cidade deu continuidade aos seus estudos, frequentando os colégios Odolfo Medeiros, Duque de Caxias e São José.
Começou a trabalhar logo após a a conclusão do 2º Grau. Foi chefe dos setores comerciais no Posto Santa Marta, do Grupo Constantino Castro e no Armazém Paraíba. Torcedor fanático do Clube de Regatas do Flamengo, é na década de 1970 que o jovem Edvá recebe o apelido de Cantareli, em homenagem ao goleiro rubro-negro Antônio Luís Cantareli.
Na década de 1980, Cantarelle (ou “Canta”) resolve trabalhar por conta própria, estabelecendo o seu bar, no ano de 1986, em um imóvel no centro da cidade. Datado do início do século XX, nesse imóvel funcionou diferentes estabelecimentos comerciais, como o Frigorífico São Raimundo, de Raimundo Severo Magalhães, na década de 1970.
Funcionando ao lado da Igreja de São Benedito, o “Bar do Cantarelle” logo começou a formar a sua freguesia. Lugar de encontro da boemia caxiense, em pouco tempo o bar já tinha os seus habitués: escritores, professores, músicos, políticos, empresários etc.; bem como aqueles que apenas queriam beber uma bebida gelada.
No início da década de 2000, Cantarelle inovou instalando em seu bar uma antena de TV a cabo. Àquela época, devido ao alto valor, poucas pessoas tinham SKY ou DirecTV em suas casas, e como muitos dos jogos do mengão eram transmitidos, apenas, em canais fechados, Canta foi certeiro em sua decisão, haja vista o aumento no número de clientes em seu estabelecimento.
Alguns artistas, quando de passagem por Caxias, também marcaram presença no bar, um deles foi o rei do brega Reginaldo Rossi. Mais recentemente, em 2017, quem também deu uma passada por lá foi o humorista piauiense João Cláudio Moreno. Muitos escritores da cidade, como Wybson Carvalho e Libânio da Costa Lôbo (in memoriam) realizaram lançamentos e sessões de autógrafos no estabelecimento.
Em tempos de festejo de São Benedito, são os fregueses do Cantarelle, que, em sua maioria, arrematam os itens do tradicional leilão. Anualmente, também acontece o “Cantafolia”, bloco do bar que já virou tradição em Caxias. No início, a comemoração carnavalesca restringia-se apenas às instalações do bar, e os foliões eram apenas os fregueses mais assíduos. Com o tempo, o “mela-mela” (apelido recebido em decorrência do festival de Maizena) foi se expandindo e, atualmente, conta com apresentações de bandas da cidade, e foliões de todas as idades
Com mais de trinta anos em atividade, o bar do Cantarelle faz parte da história caxiense. Onde, semanalmente, passam por ali as mais diversas figuras da princesa do sertão, sempre com o pedido, “Canta, desce mais uma!”, na ponta da língua.
Onde o bar está localizado? Na esquina da Rua Padre Gerosa, no centro de Caxias. Ao lado da Igreja de São Benedito.
Fontes de pesquisa: Livro Cartografias Invisíveis/Ano: 2015; Livro Por Ruas e Becos de Caxias/Autor: Eziquio Barros Neto/Ano: 2020; Site Repasse Informativo.
No ano de 1973, o tricampeão mundial, Jair Ventura Filho (Jairzinho) – camisa 7 da seleção campeã em 1970 -, decidiu investir na companhia caxiense FRANCASTRO – Francisco Castro Comércio Indústria e Agricultura S.A.
A foto registra o momento em que o jogador subscrevia ações. Estando ladeado por: Constantino Ferreira Castro (Presidente da FRANCASTRO), Ronalço de Lima e Joaquim Ribeiro (Assessores) e Dr. Joaquim Reis (Consultor Jurídico do tricampeão).
Joaquim de Jesus Dourado nasceu em Beberibe (CE), em 25/02/1905. Filho de Manoel Martins Dourado e Ana Martins Dourado. Era popularmente conhecido como padre Douradinho, para estabelecer diferença entre ele e padre Joaquim Martins Dourado, seu tio e tutor. Em 1915, Douradinho foi morar em São Luís, ingressando no Seminário Santo Antônio aos 11 anos. Cursou o Seminário Maior e os cursos de Filosofia e Teologia, tendo recebido o sacramento da Ordem, em 1927.
Em 1928, veio para Caxias, onde tornou-se vigário cooperador, permanecendo na cidade até 1934. A seguir, foi vigário de Codó, Vargem Grande e Itapecuru Mirim. Em 1937, retorna à Caxias para participar do Congresso Eucarístico e Sacerdotal, defendendo, na ocasião, a tese: “O Sacerdote – Ministro do Sacramento do Perdão”.
“Quando residia em Caxias, o padre tinha um canário que, todas as manhãs, trinava e o encantava. Um dia, o pássaro – que vivia solto – desapareceu e fora parar nas gaiolas do Pedro Sabiá, que, pressionado, presenteou-o ao seu verdadeiro dono. O canário passou a cantar , a tarde, na janela do quarto do Padre Dourado”, relembrou o escritor Libânio da Costa Lôbo (in memoriam).
Em 1944, partiu para a Itália, integrando-se, voluntariamente, na Força Expedicionária Brasileira – FEB, como capelão militar nos campos de batalha da 2ª Guerra Mundial.
Romancista e cronista, já era autor de cinco livros quando passou a servir na FEB. Em Codó, ele fundou o periódico Flâmula, e, em Caxias, O Cruzeiro com Mons. Gilberto Barbosa. Escritor, deixou o registro de sua experiência no exterior, junto ao conflito armado, nos livros de crônicas de guerra Estou ferido.., e E… a guerra acabou.
De volta ao Brasil, em 1945 passou a residir em Fortaleza. Em 1946, recebeu a patente de capitão, concedida pelo general Eurico Gaspar Dutra, então Presidente da República. Desenvolveu muitas atividades, cargos e missões como oficial do Exército. Recebeu o título eclesiástico de Monsenhor. Em 1961, foi convocado para servir em Suez, no Oriente Médio.
Foi eleito membro fundador da cadeira 34 da Academia Maranhense de Letras, sob o patronato de Coelho Neto, tomando posse em 17 de janeiro de 1948. Também é sócio honorário do Centro Cultural Coelho Neto, em Caxias.
Joaquim de Jesus Dourado faleceu, em 1974, em um acidente automobilístico na estrada de Beberibe, no Ceará.
Fontes de pesquisa: Jornal O Imparcial (MA); Livro: Quinteto/Autor: Libânio da Costa Lôbo/Ano: 2005; Blog da Academia Maranhense de Letras; Blog Jucey Santana; Livro Efemérides Caxienses/Autor: Arthur Almada Lima Filho/Ano: 2014; Jornal Maranhão.