À memória de um amigo

Ontem, 03/03/23, partiu, de causas naturais, Antônio Augusto Ribeiro Brandão. Tinha 88 anos.


Caxiense, Brandão nasceu em 08/11/1934, sendo o primogênito do casal Antônio e Nadir. Em 1959, formou-se em Economia, pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro. De carreira vasta e exitosa, aposentou-se em 1997. Autor de diversos livros (e cronista de jornais ludovicenses), é (no presente, como imortal que é) membro Honorário da Academia Caxiense de Letras, e membro Fundador da Academia Maranhense de Cultura Jurídica, Social e Política.

Conheci Brandão em 2020. Na época, desejava escrever sobre seu pai, Antônio Brandão (grande homem que fez parte da história de Caxias), para este site. Com este objetivo, acabei encontrando o perfil de Augusto no Facebook. Após receber minha mensagem, se prontificou a traçar um perfil biográfico de seu genitor. Ao notar os meus sobrenomes, “Guimarães” e “Couto”, logo rememorou os meus antepassados que, de alguma forma, fizeram parte de sua história. E, assim, virtualmente, começou nossa amizade.

Percebendo o meu entusiasmo com a história de Caxias, começou a me enviar crônicas suas sobre o passado da cidade (bem como alguns artigos sobre a sua outra paixão, a economia), para que as publicasse neste meu site. De lá para cá, foram publicados dezenas de textos seus, até 12 de fevereiro deste ano, quando publiquei aquele que seria o seu último texto para o Arquivo Caxias, intitulado “A Estação de Trem”.

Dono de uma memória invejável, também contribuiu para a produção de muitas das matérias aqui postadas. Inúmeras foram as vezes em que tirei dúvidas e o fiz perguntas sobre algum momento específico do passado da cidade. Das poucas vezes em que não sabia alguma informação, me indicava a quem recorrer para encontrar uma resposta.

Durante esses pouco mais de dois anos de parceria, generosamente Brandão me enviou muitas de suas obras literárias. Em uma dedicatória escrita à mão em sua autobiografia, lançada em 2021, escreveu: “Ao prezado amigo e conterrâneo Brunno, oferece Brandão”. Infelizmente, devido às restrições impostas pela pandemia, bem como pelo distanciamento entre cidades (Brandão residia em São Luis) não pudemos nos encontrar pessoalmente.

Muito generoso, frequentemente tecia elogios ao meu trabalho, por admirar o meu grande interesse em preservar a história de nossa cidade. Amigo, cobrou – sem que eu soubesse – de uma instituição caxiense da qual fazia parte o reconhecimento formal de meu trabalho. Em janeiro, me enviou esta tocante mensagem:

“Brunno, quero que saiba: você, descendente de uma tradicional família caxiense, que me me faz lembrar de dona Edmée, que foi minha professora de Desenho, no antigo Ginásio Caxiense, nos idos de 1946/1949, honra essa tradição. Jovem ainda, você despertou seus amores por Caxias, relembrando seu passado e preservando o seu presente, resgatando coisas e pessoas a estimular as gerações futuras. Agradeço a sua amizade e dedicação às minhas sugestões e participação nesse caminhar confiante em melhores dias. Forte abraço.”

O meu último contato com o amigo se deu no dia 17 de fevereiro deste ano, quando lhe enviei uma foto que havia encontrado de sua mãe, ao que respondeu, dentre outras palavras, com “Que surpresa agradável!”. Fiquei feliz.

O amigo, fisicamente, se foi; contudo, sua obra permanece. Tenho orgulho de ser, através do meu site, depositário de parte desse trabalho, o qual ficará disponível a quem procurar. É o mínimo que posso fazer, afinal, foi por meio desse mesmo site – e o interesse compartilhado pela memória da cidade – que nasceu nossa amizade.

Vá em paz, meu amigo. Que Deus o receba de braços abertos. Já está fazendo falta.

Sentimentos à família.

A música cantada por Milton Nascimento inspirou-me a escrever sobre os tempos em que o trem da Estrada de Ferro São Luís-Teresina – EFSLT fazia o percurso entre as duas capitais, passando por Caxias e outras inúmeras cidades constantes do seu percurso.

Tempos atrás escrevi uma crônica denominada “O trem-de-ferro”, relembrando as viagens dos meus tempos de criança e andanças pela casa do meu avô Augusto, na rua do Pespontão, em São Luís, levado por tia Doninha.

Desta vez, relembro de um tempo mais ligado à minha juventude, entre 1950-1952, de prosseguimento dos estudos, em São Luís.

Na ida e na volta, a mala era despachada na véspera da viagem, para evitar atropelos de última hora. Na ida, entretanto, o problema era achar um lugar no trem, porque já vinha de Teresina, lotado, e sem previsão de quem iria saltar em Caxias. Meu pai ia alcançá-lo ainda na curva, já em baixa velocidade, para garantir esse lugar.

A viagem era sofrida, ainda que sentado. Eram várias paradas, outras estações e eu sabia o nome de todas elas, das sequências na ida e na volta, algumas cidades mais importantes que outras: gente esperando gente, embarcando e desembarcando, pregoeiros da venda de água nas famosas bílhas, comida no prato-fundo bem cheio, tudo não muito caro em apoio à essa viagem longa e cansativa, pois, se não houvesse ‘prego’, duraria cerca de 12 horas, mais ou menos.

Se tivesse sorte e não fosse atingido por uma fagulha incandescente, que fazia buracos na sua roupa, menos mal. O calor era intenso e a velocidade baixa do trem, cerca de 20 quilômetros/hora, tornavam tudo mais complicado.

Porém, tudo era menos complicado do que acontecia no meu tempo de criança: saindo de Caxias para São Luís, pernoitava-se em Coroatá. No início dos anos 50, as locomotivas e os vagões eram mais modernos, com maior potência e conforto, e chegavam ao destino, no mesmo dia.

A letra da música cantada por Milton Nascimento diz: “… a vida se repete na Estação, há gente que chega para ficar e gente que parte para nunca mais voltar. É assim o chegar e partir, mesmo na estação de minha cidade, pois todos estão na mesma viagem, o trem que chega é o mesmo da partida…”

Lembro de algumas partidas da estação de Caxias para São Luís, todas sofridas pela separação de entes queridos; lembro da passagem da imagem peregrina de NS de Fátima, da multidão de devotos; lembro das chegadas a São Luís, na companhia de tia Doninha, e da invariável recepção por minhas tias Santa e Neném.

A estação de trem da minha cidade já foi ‘a vida desse meu lugar’.

*Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

Está comigo, agora, mas já foi do meu pai, na década de 40 do século passado. Um guarda-casaca, móvel de estilo único e que não existe mais. Lembro tê-lo visto mirando sua indumentária, para uma festa em Palácio, já com o carro do Sebastião esperando-lhe à porta.

Agora, esse móvel está comigo e foi nele também que mirei-me, na tarde do dia 28 de janeiro de 1961, para ir ao encontro da Conceição, na Igreja Matriz (a mesma onde fui batizado). Dias antes de 28 de janeiro de 1961, ainda no Rio de Janeiro, já noivo desde 1959, preparei o indispensável à nossa futura morada. Ainda no Rio, fui à Casa José Silva e comprei um terno escuro combinando com o sapato, mais a gravata, a camisa social branca e um cinto de couro. Estava pronto para o casamento com a Conceição, em Caxias, no dia 28 de janeiro de 1961.

Era chegado o grande dia. Acompanhado dos meus pais, Antônio e Nadir, às 17 horas, dirigi-me à Igreja Matriz, adentrei e, no altar, fui esperar pela entrada da Conceição, vindo de braços com seu pai, Raimundo Soares, ao meu encontro. Também já estavam na Igreja convidados, padrinhos e familiares. Um ato simples, mas de grande significação para todos nós. Depois da cerimônia, houve uma recepção na residência dos pais da Conceição, para celebrar. Nossa primeira noite de casados aconteceu.

No dia seguinte, meu pai alugou um veículo ao embarque em Teresina, onde pernoitamos, para seguir rumo ao Rio de Janeiro, no dia seguinte. Começava, assim, nossa vida a dois, que duraria até 2013, no mês de fevereiro.

Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

Em dezembro passado, comemorei longos anos desde a minha formatura em Ciências Econômicas, em 1959, acontecida na vetusta Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, embrião da atual e próspera Universidade Cândido Mendes. 

Comemoro também em nome da Universidade Federal do Maranhão, da qual sou professor aposentado e onde ensinei por quase vinte anos ininterruptos, egresso que fui da Universidade Estadual do Maranhão, onde fui professor titular.

Quando ingressei na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro – FCPERJ, em 1956, eram decorridos apenas cinco anos de reconhecimento da nossa profissão. Lembro-me de que as lutas com esse objetivo foram intensas e lideradas, entre outros idealistas, por Reynaldo de Souza Gonçalves e Alberto Almada Rodrigues, dois dos meus ilustres professores, e era nosso diretor o professor, político e escritor Conde Cândido Mendes de Almeida Junior, descendente de tradicional família originária de Portugal, que veio para o Brasil, em 1808, e estabeleceu-se em vários Estados, inclusive no Maranhão, em Caxias, terra onde eu nasci.

Lembro-me saudoso dos 39 colegas que se formaram junto comigo, naquele memorável dia 26 de dezembro, na Maison de France, entre outros: Antônio Duarte Badejo, Milton Fernandes Fidalgo, Waldir Carmo de Almeida, Jorge Carlos Cayres Leite Ribeiro e Oswaldo Eurico Carneiro Viana Gabriel, meus companheiros no Diretório Acadêmico “Barão de Mauá”. 

As lutas visando à afirmação da nossa profissão foram intensas. Entre 1956 e 1959, enquanto universitários, vivíamos um período florescente da economia brasileira e tudo levava a crer que teríamos um futuro altamente promissor pela frente. Logo depois as coisas mudaram bruscamente e tivemos que refazer nossos planos.

Quando me formei, já residia no Rio de Janeiro desde 1954 e lá permaneci até 1965. Retornei ao Maranhão, em 1966, integrando-me ao setor público estadual e ajudando a fundar as primeiras escolas de nível superior, tornando-me economista da Secretaria de Viação e Obras Públicas e professor-fundador titular da Escola de Administração Pública do Estado do Maranhão, ensinando Teoria Econômica; depois me transferi para a Universidade Federal do Maranhão, onde ensinei Economia Monetária e Mercado de Capitais, aposentando-me em 1997. No período de 1979 a 1887, integrei diretoria no sistema financeiro estadual.

Recordando, muito a propósito de mais um Fórum de Davos, na Suíça, sob a égide do novo governo federal brasileiro, uma pretendida coalizão de forças políticas antagônicas. Finda a Segunda Guerra Mundial, buscava-se, como agora, uma nova ordem econômica; esse objetivo, quando o conflito acabou, foi concretizado à custa da intervenção estatal no domínio econômico, o chamado ‘Estado do Bem-Estar Social’. A célebre Conferência de Bretton Woods, em julho de 1944, que culminou com a criação do BIRD, o Banco Mundial, e do FMI, Fundo Monetário Internacional, fundamenta essa nova ordem.

As questões debatidas em Bretton Woods, lideradas por John Maynard Keynes, voltaram à baila desde a chamada ‘crise das hipotecas’, iniciada nos Estados Unidos, em 2007, e repercutida e ainda repercutindo na Europa, principalmente nos países da zona euro.

Por ação dos próprios bancos centrais dos países desenvolvidos e maciças emissões primárias da chamada dívida soberana, foi evitada uma insolvência geral dos bancos, mas os efeitos estão aí a impedir a retomada do crescimento e a diminuição do endividamento, e a regulação dos mecanismos financeiros.

A verdade é que o capitalismo financeiro desconhece o sistema produtivo e passa a existir apesar dele: moeda em circulação sem contrapartida de produto em tese gera inflação. A recuperação da economia dos países desenvolvidos, entretanto, poderá trazer reflexos negativos consideráveis aos países emergentes.

  • Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

No Brasil faltou, sempre, um planejamento de longo prazo. Os Planos SALTE, do governo Dutra, e o de Metas, do governo Kubitschek, foram experiências de médio prazo exitosas – e há quem lembre do Plano Cruzado, uma ‘mágica’ que durou pouco -, mas a descontinuidade administrativa encarregou-se de sepultá-las de vez com renúncia de Jânio Quadros, em 1961.

Aliás, na minha opinião, planejamento a longo prazo somente poderá vingar após uma reforma política que prorrogue mandatos, igualando-os, e haja eleições gerais para todos os cargos, para um período de seis anos, proibida a reeleição. Isso fortaleceria os Partidos e faria surgir novas lideranças.

“O parlamentarismo implantado após a renúncia de Jânio não foi consequência de uma decisão isolada, porém um acordo político que garantiu a posse de João Goulart, na Presidência da República, em meio à crise aberta com a renúncia do Presidente, de quem era o Vice; afinal, Goulart, membro do PTB e historicamente ligado ao trabalhismo e à figura de Getúlio Vargas, era visto pelos setores conservadores como um político esquerdista. Diante do veto à sua posse, ele aceitou o acordo que lhe garantia a presidência, contudo retirava-lhe parte dos poderes constitucionais; um plebiscito foi antecipado para janeiro de 1963 e, durante os quase dois anos em que o parlamentarismo esteve em vigor, o Brasil teve três primeiros-ministros sucessivamente Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima.” (fonte Google, plataforma UOL). 

Desse período, a partir de 1964, fiquei sem votar para Presidente. Quando retornei a São Luís, em 1966, passei a ser, de certa forma, testemunha ocular da história: servi ao governo Sarney, eleito, passando por Pedro Neiva de Santana, Nunes Freire, João Castelo e Luiz Rocha, indicados.

Conheci e convivi com pessoas maravilhosas, que ajudaram a afirmar, aprimorar e consolidar meus conhecimentos profissionais; também testemunhei a expansão e o crescimento de São Luís, e tornei-me professor universitário por quase trinta anos; porém, como dizia Fernando Pessoa, que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, experimentei tempos difíceis.

Àquela altura dos acontecimentos, autoridades da área econômica fizeram o governo acreditar que o sistema financeiro dos Estados era responsável pelo mau emprego e gestão deficiente dos recursos públicos, razão da grande crise que assolava o País. Se fosse verdade, o Brasil, hoje, não estaria metido em crise fiscal maior do que aquela.

A partir de 1963, em nível federal, quando votei pela volta do regime presidencialista, somente voltei a votar, em 1989, depois que o Colégio Eleitoral, em 1985, por via indireta, elegeu o Presidente e o Vice-Presidente da República, Tancredo Neves e José Sarney, respectivamente; em nível estadual, entretanto, a partir de 1987, votei nas eleições para o governador do Estado e em todas as outras à diversidade de cargos.

Desse período de governantes federais, por via indireta, após vinte longos anos de regime de exceção, o Brasil tentou retomar suas tradições democráticas culminando com a edição da Constituição de 1988, que mais fortificou o Poder Legislativo.

Foi assim, então, que, na primeira eleição direta, em 1989, o candidato Fernando Collor, concorrendo por um pequeno Partido, venceu as eleições à Presidência da República; porém, sem maiores sustentações políticas em um presidencialismo de coalizão, sofreu impedimento dois anos depois e foi substituído pelo vice Itamar Franco.

Depois, disso, sucessivamente, votei nas eleições presidenciais de 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, e 2014, período marcado pelo predomínio de poucos em detrimento de muitos, e 2018, uma reviravolta ainda à espera de resultados.

Veio o governo Bolsonaro e nesses últimos três anos, sacrificado pela pandemia do Coronavírus, a economia brasileira descobriu a sua triste realidade: milhões de desempregados e de pobres vivendo às custas da filantropia do Estado. O País está visivelmente descapitalizado, emitindo dívida pública, cada vez mais cara e de curto prazo, apesar do ‘teto de gastos’, e ‘queimando’ as reservas, para tentar conter o preço do dólar e atender seu custeio.

Com essa vivência arrisco dizer: o Brasil poderia ter sido uma monarquia parlamentar, como na Espanha, ou simplesmente parlamentar, e assim estaria melhor servido.

*Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, da ALL e da AMCJSP.

* Texto produzido antes da eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 2022 *

Acontece de quatro em quatro anos como se cada um tivesse a Pátria das chuteiras; este ano está acontecendo de novo, no Qatar; por um milagre os brasileiros esquecem todas as divergências, tornam-se solidários e irmanam-se em busca de um só objetivo: ganhar a Copa do Mundo.

Quando comecei a despertar para as coisas do futebol, já tinha ouvido falar da Copa de 38 onde as figuras de Leônidas da Silva e de Domingos da Guia pontificaram, aquele por suas inventadas ‘bicicletas’ e este pela calma e classe no trato da bola. Domingos, como Barbosa, da seleção de 50, conviveu, de forma mais romântica, com a culpa que lhe impuseram pela derrota na final da Copa de 38 quando cometeu pênalti convertido em gol. Em São Luís, no velho Estádio Santa Izabel, ainda o vi jogar pelo Bangu; mesmo em fim de carreira confirmou tudo que se falava dele.

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950.

Comecei a gostar mesmo de futebol, em 1946, quando o Fluminense se sagrou super campeão carioca vencendo o Botafogo, na final, por 1 x 0, gol de Ademir, que mais tarde viria a ser o artilheiro da Copa de 50; depois disso, quando morei no Rio, por longa temporada, passei a acompanhar os jogos do meu time por todos os campos da cidade. Mas o futebol para mim, hoje, é um ‘amor perdido’; quando vou ao Rio, desejo assistir a um Fla-Flu, que já fui presente a um dos maiores jogos, final de 1963, quando o público somou mais de 163 mil espectadores!

A Copa foi interrompida de 38 a 50 por causa da II Grande Guerra; a versão de 50 foi a melhor. Realizada, no Brasil, no recente e inacabado Maracanã, palco de memoráveis jogos vencidos pela seleção brasileira que tinha Ademir, Zizinho e Jair dentre outros brilhantes jogadores: Barbosa, Danilo, Maneca, Friaça, Chico. Escrevi sobre Zizinho, neste jornal (publicado originalmente no jornal O Imparcial), que lembrava o ‘Cabelo-Duro’, de Caxias, e também vi Ademir jogar, em 55: o centroavante ‘rompedor’ que seguia em linha reta rumo ao gol onde às vezes ‘entrava com bola e tudo’.

O Brasil perdeu a Copa de 50, como havia perdido a Copa de 38; muitos acham ter sido culpa do Barbosa, no gol de Ghiggia. Já vi e revi o lance inúmeras vezes e não penso mais assim. Uma outra seleção praticamente imbatível perdeu a partida final, a da Hungria, em 54, na Suíça, para a Alemanha, mesmo tendo Puskas, Czibor, Kocsis e companhia, que vi jogarem, no Rio, em 1957, pelo Honved, base dessa seleção.

Em 1958, sim, a seleção brasileira, mais ou menos desacreditada, pois fora eliminada, em 54, na Suíça, pela seleção da Hungria, conseguiu o seu grande feito. Ganhamos a nossa primeira Copa onde Pelé despontou para a fama; depois igual a essa só a de 70 também com o brilho de Pelé. Em 62, no Chile, o Brasil sagrou-se bicampeão – duas vezes consecutivas e não essas vezes somadas quando intercaladas -, com Garrincha sobressaindo-se dos demais.  

Copa de 1958

Foi também o tempo final de Nilton Santos, de estilo muito parecido ao de Domingos da Guia: elegante e clássico no trato da bola. A seguir, veio o fracasso de 66, na Inglaterra, onde nem Pelé se salvou e, finalmente, a nova vitória de 70, no México, torcida de ‘90 milhões em ação’, única seleção comparável à de 50 e onde Pelé novamente destacou-se.

Faço um balanço entre todos que vi jogar escalando duas seleções de todos os tempos, sem posições definidas: a primeira com Nilton Santos, Pinheiro, Danilo, Ademir, Zizinho, Jair, Castilho, Julinho, Garrincha, Didi, Pelé; a segunda com Carlos Alberto, Falcão, Roberto Carlos, Zico, Ronaldo (o “fenômeno”), Romário, Júnior (o do Flamengo), Rivaldo, Gerson, Branco. Até aí o Brasil havia ganho três vezes: as Copas de 58, 62 e 70. Bi-campeão, em 62, ganhou mais de 70, portanto, a terceira vez. Tri foi o Flamengo, em 42/43/44 e em 53/54/55, anos seguidos; se há interrupção, começa-se a contar de novo, acredito. O Moto Clube, de São Luís, por exemplo, foi campeão maranhense em sete anos consecutivos.

Isto é o que para mim ficou das Copas passadas. O Brasil, em 94, nos Estados Unidos, acabou ganhando e não lembro bem de algum jogador que tenha se destacado, a não ser Romário. Em 2002, na Coreia/Japão, ganhamos jogando contra adversários não muito credenciados no cenário internacional; o time engrenou e, sem ser favorito, ganhou. Voltamos a perder as Copas de 2006, de 2010, de 2014 e de 2018.

O que aconteceu em 50, quando perdemos com a melhor seleção, foi obra do acaso? O que vai acontecer na atual Copa, que está sendo realizada no Qatar?

*Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.   

“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”. Lao Tsé (século VI a.C.), filósofo chinês.

Tempos inflacionários costumam determinar políticas de preços que beneficiam os detentores do capital em detrimento do fator trabalho: quaisquer que sejam os custos de produção são automaticamente repassados para o preço de venda. Em outras palavras, esses custos são mantidos sem nenhuma preocupação com a produtividade, tudo para ser inexoravelmente assumido por quem compra.

Épocas de inflação baixa, de estabilidade, na economia passam a exigir das empresas a eficiência que sempre deveriam ter objetivando a função social do lucro: a produtividade, ou seja, produzir mais com os mesmos recursos ou, pelo menos, produzir o mesmo com menos recursos. Aí começam as dificuldades que todos conhecem: algumas empresas não conseguem competir num mercado em que outras, de forma previdente, já se ajustaram, e apelam então para alternativas que quase sempre não dão certo.

A verdade é que as empresas podem lucrar diminuindo custos de produção e não aumentando preços de venda. Por incrível que possa parecer, também é verdade que podem lucrar diminuindo e não aumentando preços de venda. Utilizando-se da técnica que considera custo-volume-lucro, por unidade de tempo, tornam-se possíveis ganhos tendo em vista a quantidade vendida e não unicamente o lucro.

Vejamos um exemplo simples: vamos supor custos de produção inalterados e que não haja estoques; que ocorre um período de estabilidade e a quantidade produzida é totalmente vendida:

1234567
Custo de produçãoQuantidade produzidaCusto Total1 x 2Preço de vendaQuantidade vendidaReceita Total 4 x 5Lucro6 – 3
51050111011060
51575101515075
525125925225100

Conclusão: quando o preço aumentou de 10 para 11 unidades monetárias – em 10% – o lucro caiu de 75 para 60 – em 20%; entretanto, quando o preço diminuiu de 10 para 9 – em 10% – o lucro aumentou de 75 para 100 – em 33,33%. O que aconteceu, qual foi a mágica? A resposta é que não houve nenhuma mágica, mas a real possibilidade de ganhos vendendo-se mais a menores preços.

Toda esta evidência vem a propósito de uma negociação bem-sucedida que ilustra o exemplo dado: uma empresa a ser contratada relutava em ceder sobre preço porque acreditava – se concordasse – estaria diminuindo sua margem de lucro. A outra empresa então – a contratante – defendeu um argumento decisivo e que adaptei para finalizar este artigo. O que seria preferível para uma companhia de aviação, perguntou ao contratado: vender passagens até o momento do embarque dos passageiros, baixando o preço na medida em que se aproximasse a hora do voo, ou permitisse que seus aviões voassem com poltronas vazias? E acrescentou: caso preferisse a segunda alternativa – voar com poltronas vazias – esse custo jamais seria recuperado, por razões óbvias. É que, mesmo se vendesse passagens a preços de custo, seria mais vantajoso em razão do volume negociado. O potencial contratado logo percebeu que deveria ceder e o negócio foi acertado.

Nossos empreendedores poderiam refletir sobre a teoria do custo-volume-lucro: aumentar preços em época de estabilidade não é bom negócio, tampouco manter preços que gostariam de aumentar -, mas reduzindo a quantidade do produto ou serviço. Seria um desastre.

*Augusto Brandão é Economista, Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

Este texto é um diálogo entre três economistas instigados pelos recentemente laureados com o Nobel de Economia, Ben S. Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig. O objetivo dessa publicação é a de motivar e provocar um debate atinente aos fenômenos existentes na economia monetária, na conjuntura econômica e geopolítica atual. Dessa forma, o texto permanecerá praticamente na íntegra do diálogo, mantendo o formato mais lúdico, com menos linguagem acadêmica ou técnica, tal como foi realizado, excetuando alguns ajustes para facilitar a leitura.

Desde que se iniciaram os estudos sobre a economia monetária, a própria moeda e a mesma teoria mudaram muito. A revolução nas comunicações, nos transportes e na tecnologia mudaram o conceito de velocidade da moeda e, em consequência, da Teoria Quantitativa da moeda – TQM; veja que Ben Bernanke acaba de ser laureado com o “Nobel de Economia”, o que dá respaldo a suas ações. Terminada a pandemia, vamos ver o que acontece na economia mundial.

Sei que a ciência evolui e com a nossa Economia não é diferente, mas há discordâncias sobre essas mudanças, que André Lara Resende – ALR chama de ‘a nova macroeconomia’ ou ‘a teoria monetária moderna’. Os desafios de que falo existem, entretanto, porque outras correntes de pensamento, por exemplo, na Casa das Garças, no Rio de Janeiro, liderada por Edmar Bacha – EB, chega a afirmar tratar-se de proposições sem sentido e provindas de Universidades menos importantes, nos EUA. Novas teorias sobre a economia precisam ser chanceladas pelo mercado e essas ainda não foram.

É por isso que falo em desafios aos Pensadores das Universidades, por exemplo, e mantenho minhas avaliações sobre o que vem acontecendo sugerindo, como sugere, pesquisa acadêmica sobre o assunto, sem sucesso até o momento.

Desde 2008, com a desastrada expansão da liquidez, pelo banco central americano, principalmente para salvar seu sistema financeiro, a política monetária desgovernou-se: não causou inflação, lá, mas exportou efeitos deletérios para a Europa, zona do euro, e para o nosso Brasil. Vejam: o Federal Reserve aumenta a taxa de juros, para atrair investimentos na economia americana, mas o Brasil aumenta a sua tentando também atrair investimentos, rolar a dívida pública, porém não consegue importar – dólar caro – nem exportar – falta de produtividade custos crescentes.

Li tudo que pude a respeito desse assunto e acompanho o seu desenrolar: todos os artigos que o ALR escreveu, seu Livro e o do Ben Bernanke, e acompanho o seu evoluir. A tarefa está com as Universidades e os Conselhos de Economia, e com os nossos ‘pensadores modernos’.

Dada a sua força e hegemonia, a “revisão” da teoria só virá quando os americanos assumirem essa tarefa. Nesse sentido, até entendo que nossos acadêmicos não se animem para essa tarefa.

Não causou inflação por lá, porque a economia estava em recessão – conforme concordava John Maynard Keynes – e os recursos não chegaram à economia real, porque destinados a rolar dívidas nos países tomadores desses recursos. Os bancos centrais mantiveram grande estoque de títulos públicos e privados, sem poder resgatar no vencimento, apenas rolando-os até os dias de hoje.

Contudo, também aceito que a estabilidade da economia americana interessa a todos nós. Estaria nessa circunstância a ‘tolerância’ mundial com o quantitative easing? A TQM, na sua composição, diminuiu a velocidade de circulação da moeda.

Concordo com você sobre nosso interesse, mas há custos crescentes envolvidos aos países tomadores desses recursos; o ALR, defendendo suas teorias, afirma que a SELIC, no Brasil, deveria situar-se abaixo da taxa de crescimento do PIB, para poder atrair investimentos. Acho que sim: uma ‘tolerância’ mais do que conveniente.

Por trás de tudo estão as grandes potências, Estados Unidos e China, lutando pela liderança mundial. Este é o principal ponto: o que conta mesmo é a luta pelo poder. E o mundo hoje é o G2: Estados Unidos e China.

Acontece que somos de uma geração em que se cultivava o hábito do debate. Ainda estudante do Marista, no ginásio nos anos 60, o Professor Kalil Mohana nos fez discutir o monopólio da Petrobras, a unificação da previdência, criação do FGTS. Aí nós treinamos nessa prática, o que me foi muito útil

Concordo e já concordamos antes sobre esse assunto: taxas de juros elevadas são inúteis no Brasil – financiam nosso Balanço de pagamentos – BP ao elevado custo de endividamento externo e servem apenas de controle cambial nesse cenário atual, caótico.

Não se pode discutir esse tema abandonando o tema fiscal e a política fiscal brasileira vem sendo, aos meus olhos, desastrosa.

A União pensa por si, os Estados por si e os Municípios por si; não há “união” nacional. Há uma competição e intervenções políticas desastrosas, um abandono do pacto federativo e um pacto enfraquecido pelos interesses das classes políticas muito acima do econômico, do desenvolvimento e do crescimento da economia brasileira.

Pari passu, temos esse cenário de disputa da hegemonia global; a dominância do mercado financeiro é fato, mas até quando esse será o determinante do nosso ciclo hegemônico? A disputa China e Estados Unidos vai continuar por mais alguns anos, creio eu, exceto em caso de um conflito direto – que acho improvável – mas com a invasão da Rússia na Ucrânia, tudo é possível.

quantitative easing me parece chegar em dois limites no período atual da União Europeia – UE, e Ásia desenvolvida; possivelmente, nos EUA, a inflação elevada para os padrões desses países, deve impedir sua continuidade – pelo menos no curto prazo.

Há uma mudança de visão teórica até perigosa, acredito que em muitos países essa “guinada” para extrema direita pressiona também a percepção das políticas econômicas, muitos jovens, enxergam que qualquer expansão monetária desencadeia em inflação desenfreada e culpam o quantitative easing e os blocos de investimento como causa da inflação atual no mundo.

A velocidade de circulação da moeda, a meu ver, se expandiu, mas ela possui fatores adicionais que ainda fogem das teorias antigas, como onde ela está centrada na circulação? Ela não circula mais entre todos os setores como antes, demora mais em serviços do que no comércio e gira ainda menos na indústria?

Não sei se faz sentido esse raciocínio final, mas eu vejo que há aspectos ainda não considerados nas mudanças da dinâmica econômica mundial, serviços digitais, internacionais, virtualização. Além dos novos mecanismos de transação e as novas ‘moedas’.

(*) Antônio Augusto Ribeiro Brandão: Professor da UFMA, aposentado; Mestrado em Administração Contábil e Financeira; Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

José Cursino Raposo Moreira: Mestre em Economia Regional e Urbana.

João Carlos Souza Marques: Presidente do Conselho Regional de Economia e do COMDES.

Costumo circular por Caxias tendo visões diferentes da cidade: se estiver pensando no passado e sentindo saudades de tudo e de todos, a visão é cheia de imagens coloridas e de pessoas com as quais convivi, namorei, noivei e casei, a Conceição, minha querida esposa durante 52 anos; se estiver no presente, enfrentando a realidade nua e crua do dia-a-dia, a visão é cheia de muitas imagens desgastadas e de algumas pessoas desconhecidas.

Depois que Antônio Brandão, meu saudoso pai, morreu, em 1980, fiquei quase dez anos sem ver a cidade e, entre 2001/2004, membro integrante do secretariado municipal, foram quatro anos de permanência, mas atualmente, como Membro Honorário da ACL, vou de vez em quando.

Acho que foi uma espécie de mágoa que me manteve longe da cidade. É que ele, meu pai, naqueles dias de janeiro estava exatamente cuidando da reforma de um bem que era nosso maior patrimônio: a casa situada à rua Benedito Leite 23, antiga rua do Cisco, 721, onde moramos desde 1946, bem próximos do sobrado que pertenceu ao pai de Antônio Gonçalves Dias, onde o nosso poeta maior morou antes de seguir para Coimbra.

A morte de meu pai foi um grande choque para todos nós; ele sempre dizia: “quero ser enterrado no solo em que morrer”, mas minha mãe Nadir não permitiu. Eu mesmo fui buscá-lo, numa manhã daquele longínquo ano, trazendo seu corpo para ser enterrado onde está, aqui, em São Luís, no cemitério do Gavião; até aquele ano podíamos ir a Caxias e quase todos ainda desfrutavam do aconchego daquela casa, da vizinhança e dos amigos de então.

Em alguns momentos, tenho ainda hoje uma visão romântica da cidade. Penso que possa ainda ver o João Severo, no balcão da loja que leva o seu nome na fachada, no Largo da Cadeia; mais adiante consiga fazer compras no Mercado, no mesmo Largo; passando pelo Largo da Matriz, seja possível avistar membros das famílias Barbosa, Cruz, Pereira, Lobo, sentados à porta; subindo a rua Aarão Reis tenha a oportunidade de olhar o José Simão, o Gentil Menezes, meu pai no escritório da sua Casa Brandão, onde ainda hoje o nome está lá, gravado no chão da calçada, em letras de cimento branco que teimam em não desaparecer.

Passando pela Praça Gonçalves Dias não posso deixar de lembrar, de ‘ver’ moças e rapazes ‘rodando’; de ouvir o som dos alto-falantes; de presenciar o ir-e-vir ao (do) Cine Rex; de dançar nos bailes do antigo Cassino. Acreditem: sou capaz até de sacudir a argola da porta da nossa antiga casa querendo entrar e encontrar as pessoas que nela viveram. Ninguém pode avaliar essa visão senão os mais velhos. É muita nostalgia, uma melancolia que teima em não sair de mim. É muito amor pela terra e sua gente.

A outra visão que tenho da minha cidade, do seu presente, é bem diferente. Tudo está no mesmo lugar: as casas, as ruas, as praças, as igrejas; o tempo, contudo, encarregou-se de desgastar essas imagens, de quase todas as coisas, de fazer desaparecer casas tradicionais, de modificar usos e costumes. As pessoas são outras e não têm obrigação de conhecer os que vieram antes delas, nem sua história nem suas vitórias e derrotas; simplesmente vivem o presente, vieram depois, suas lembranças são de outros tempos, suas referências históricas mais recentes.

Para mim, Caxias continua sendo aquele espaço mágico da infância e da adolescência, da minha juventude: ouvíamos muito rádio, íamos muito ao cinema, ouvíamos muita e boa música na voz dos grandes cantores nos alto-falantes, namorávamos ‘rodando’ na praça. 

De vez em quando essa cidade amanhece em brumas, como nos meus tempos de soldado, no TG 194, e de jogador de ‘peladas’, no campinho do Largo de Santa Luzia.

*Antônio Augusto Ribeiro Brandão é Economista e Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.

Dentre os grandes projetos a serem implementados em Caxias, cervejaria, fábrica de bicicletas, complexo algodão/soja, que o destino reservou à participação dos eleitos pelos deuses, o mais importante é a grande empreitada em prol do ensino superior: a Faculdade do Vale do Itapecuru.

Nossa Caxias, por muitas décadas, teve que exportar capital humano, sem retorno. Eu mesmo tive que emigrar para o Rio de Janeiro, a fim de estudar economia, assim como tantos outros caxienses foram para São Paulo, Salvador, Recife, João Pessoa, Fortaleza e São Luís, em busca de uma formação de nível superior; ainda hoje muitos jovens estudam em Teresina, um esforço diário de ir e vir. Isto não vai mais acontecer dentro em breve.

No que me diz respeito, durante quase trinta anos (1968 a 1997) e depois de mais de uma década no Rio de Janeiro (1954 a 1965), pude retornar ao Maranhão e trabalhar em favor do ensino público superior formando e educando nossos jovens; ajudei a implantar e fazer funcionar a Escola de Administração Pública do Estado do Maranhão, depois Federação das Escolas Superiores do Maranhão e, atualmente, Universidade Estadual do Maranhão, e também fui professor da Universidade Federal do Maranhão, onde acabei por aposentar-me. Agora, o destino faz-me participante de mais um projeto educacional inédito, uma dádiva de Deus, para que, finalmente, com a experiência que acredito ter acumulado, possa retribuir a graça de ter nascido em Caxias.

À frente desse grande empreendimento está o deputado Paulo Marinho, que mais uma vez manifesta o seu idealismo e amor à Terra, além de professores titulados de São Luís, Teresina e Caxias. Elaboramos um projeto pedagógico capaz de ser adequado às necessidades do mercado de trabalho, de formar profissionais teoricamente competentes e preparados para atuar dentro de uma realidade globalizada, e principalmente que sejam capazes de resolver problemas.

Para mim e para José Mário Ribeiro da Costa, caxienses que somos, e mais para os professores Abisai, Neuzimar e Valdone, e para todos os demais que vão colaborar conosco, é certo estarmos diante de uma imposição do destino: participarmos de uma iniciativa educacional que, de alguma forma, nos remeterá à história como bandeirantes do ensino universitário em nossa querida Caxias. Quanta honra!

Dentro em breve, Caxias não vai mais exportar capital humano, sem retorno, mas será um polo de educação superior de grande abrangência e de efeitos multiplicadores capaz de transformar sua realidade social, econômica e política. Caxias sempre honrou suas tradições e a nossa responsabilidade, agora, é fazer da educação superior em seu solo a mola propulsora à retomada do lugar que merece ter na senda do desenvolvimento.

*Antônio Augusto Ribeiro Brandão é Economista e Membro Honorário da ACL, ALL e AMCJSP.